A banana que o diabo amassou: uma fruta que soube bem às figurações dos projetos imperiais?
DOI:
https://doi.org/10.11606/va.i2.202736Palavras-chave:
colonialismos, discursos, bananas, alimentaçãoResumo
Inspirado pela análise ricoeuriana acerca do mundo narrativo e esteado nas ponderações teóricas dos intelectuais dedicados aos Estudos Culturais em perspectiva pós-colonial, o presente artigo visa, ao interconectar discursos construídos por diferentes campos do saber colonial, demonstrar em que medida as figurações em torno das bananas serviram aos projetos imperiais.
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