A banana que o diabo amassou: uma fruta que soube bem às figurações dos projetos imperiais?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/va.i2.202736

Palavras-chave:

colonialismos, discursos, bananas, alimentação

Resumo

Inspirado pela análise ricoeuriana acerca do mundo narrativo e esteado nas ponderações teóricas dos intelectuais dedicados aos Estudos Culturais em perspectiva pós-colonial, o presente artigo visa, ao interconectar discursos construídos por diferentes campos do saber colonial, demonstrar em que medida as figurações em torno das bananas serviram aos projetos imperiais.

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Biografia do Autor

  • Karina Helena Ramos, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Graduada em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em História Social pelo Programa de Pós-Graduação em História Social (PPGHIS/UFRJ) e doutora em História pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura (PUC-Rio), com tese acerca do consumo alimentar na cidade de Luanda entre os anos de 1949 e 1973. É membro dos grupos de pesquisa Áfricas (UFRJ/UERJ/ISCTE-Huíla) e GEAH (PUC-Rio). Atualmente, é pesquisadora do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP). 

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Publicado

2023-11-30

Como Citar

RAMOS, Karina Helena. A banana que o diabo amassou: uma fruta que soube bem às figurações dos projetos imperiais?. Via Atlântica, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 478–509, 2023. DOI: 10.11606/va.i2.202736. Disponível em: https://revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/202736.. Acesso em: 27 abr. 2024.