Escrevivências de (auto)amor na poesia de autoria negra dissidente em gênero e sexualidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.208900

Palavras-chave:

escrivivência, poesia, autoria negra, dissidência , cuírlombismo

Resumo

Este artigo tem por objetivo interpretar sentidos narrativos da poesia produzida por autoras/es negras/os/es dissidentes em gênero e sexualidade. As discussões propostas tomam por base os conceitos de escrevivência (EVARISTO, 2011; 2022) e de cuírlombismo (NASCIMENTO, 2019) nas análises de dois poemas e de narrativas (auto)biográficas de suas autoras. Compreende-se que a produção poética de autoria negra cuírlombista tem-se pautado na potência e agência de vivências subalternizadas como direito ao vislumbre afrofuturista e ao devaneio, contrapondo-se à hegemonia temática da dor, da luta e da renúncia, bem como de seu viés cis-heterossexista, (re)criando escrevivências poéticas de (auto)amor.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Pedro Ivo Silva, Universidade Federal de Catalão

    Doutorando em Estudos da Linguagem, pela Universidade Federal de Catalão (UFCAT); mestre em Educação, Linguagem e Tecnologias, pela Universidade Estadual de Goiás (UEG); especialista em Educação em e para os Direitos Humanos na Diversidade Cultural e licenciado em Letras, ambos pela Universidade de Brasília (UnB). Atualmente é docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB). Tem experiência técnica como revisor textual e colaborador técnico-pedagógico em pareceres e diretrizes educacionais do Distrito Federal. Possui formação complementar e continuada nos seguintes temas: história e cultura afro-brasileiras; tecnologias digitais da informação e comunicação; formação de professores; currículo; diversidade; cidadania; política educacional e identidade docente. É educador, escritor/poeta, artista da palavra e produtor cultural em Brasília-DF. Autor de "Espelho das Cores" (Quártica Premium, 2015); "Amores, angústias e flores: poesias escolhidas" (Perse, 2015); "AFROqueer existência: dor luta amor" (Padê Editorial, 2018) e "Narrativas Afrobixas" (Appris, 2020). Nagô em diáspora. Dissidente. 

     

  • Luciana Borges, Universidade Federal de Catalão

    É Doutora em Letras-Estudos Literários pela Universidade Federal de Goiás (2009), Mestre em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (1999) e Graduada em Letras pela Universidade Federal de Goiás (1995). Atualmente é professora da Universidade Federal de Catalão e atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (UFG). Realizou Estágio Pós-Doutoral na Universidade Federal de Santa Catarina, com supervisão da professora Tânia Regina O. Ramos. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura de Autoria Feminina, atuando principalmente nos seguintes temas: estudos de gênero, crítica feminista, erotismo e pornografia. É autora do livro “O erotismo como ruptura na ficção brasileira de autoria feminina: estudo sobre Clarice Lispector, Hilda Hilst e Fernanda Young” (Ed. Mulheres, 2013) e organizadora de “A mulher na escrita e no pensamento: ensaios de literatura e percepção” (Funape, 2013) e “O corpo na literatura e na arte: teorias e leituras” (Depecac, 2013), Problemas de gênero (2016), Tessituras Literárias (Mercado de Letras, 2017), Letras insubmissas (2020), entre outros. É integrante do grupo de pesquisa Dialogus-Estudos Interdisciplinares em Gênero, Cultura e Trabalho e do GT ANPOLL-A mulher na literatura.

Referências

AARTS, Bas; BAUER, Martin W. A construção do corpus: um princípio para a coleta de dados qualitativos. In: Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. BAUER, Martin W.; GASKELL, George (Orgs.). Tradução de Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis: Vozes, 2013.

ACHCAR, Francisco. Lírica e lugar-comum: alguns temas de Horácio e sua presença em português. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1994.

AQUALTUNE, Beatriz Fernandes. Oju oiyn, okan iná. Brasília: Padê Editorial, 2018.

BENISTE, José. Òrun-Áiyè – o encontro de dois mundos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 2011.

CLARKE, Cheryl. The days of good looks: the prose and poetry of Cheryl Clarke, 1980 to 2005. Nova York: Da Capo Press, 2006.

CUTI (Luiz Silva). Tópicos de estética e de poética negro-brasileira. In: BRASIL. ENCONTRO NACIONAL PENSAMENTO NEGRO CONTEMPORÂNEO; 2019, Brasília. Anais. Brasília: Festival cara e cultura negra, 2019. p. 1-6.

DELCASTAGNÉ, Regina. A auto-representação de grupos marginalizados: tensões e estratégias na narrativa contemporânea. Letras de Hoje / PUCRS, Porto Alegre, v. 42, n. 4, p. 18-31, dez. 2007. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/4110/3112>. Acesso em: 17 jan 2023.

EVARISTO, Conceição. Insubmissas lágrimas de mulheres. Belo Horizonte: Nandyala, 2011.

FANON, Frantz. Peles negras, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

GOMES, Juliano. Vaga carne, ou, a paz veste branco. Cinética cinema e crítica, [S.l.], 2017. Disponível em: <http://revistacinetica.com.br/nova/vaga-carne-ou-a-paz-veste-branco/>. Acesso em: 19 jan 2023.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: RÍOS, Flavia; LIMA, Márcia (orgs.) (2020). Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

hooks, bell. Love as the practice of freedom. In: hooks, bell. Outlaw Culture: resisting representations. Nova York e Londres: Routledge, p. 243-250, 2006.

hooks, bell. Tudo sobre o amor: novas perspectivas. Tradução de Stephanie Borges. São Paulo: Elefante, 2021.

JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos. Brasília, 2012. Disponível em: <https://www.diversidadesexual.com.br/wp-content/uploads/2013/04/G%C3%8ANERO-CONCEITOS-E-TERMOS.pdf>. Acesso em: 15 jan 2023.

JOSSO, Marie-Christine. Experiências de vida e formação. Trad.: José Cláudio e Júlia Ferreira. São Paulo: Cortez, 2004.

LORDE, Audre. Poetry is not a luxury. Sister outsider. Berkeley: Crossing Press, 2007 [1984], p. 36-39.

LORDE, Audre. I am your sister: collected and unpublished writings of Audre Lorde. Oxford: Oxford University Press, 2009.

MOREIRA, Daniel Augusto. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson, 2004.

nascimento, tatiana. lundu.. Brasília: Padê Editorial, 2017. 2ª ed.

nascimento, tatiana. o cuíerlombo da palavra (y da palavra queerlombo...) > poesia preta lgbtqi de denúncia da dor até direito ao devaneio. In: BARBOSA, Adriana de Fátima; SILVA, Susana Souto (Orgs.). I ENCONTRO LER LITERATURA, ESTÉTICA E REVOLUÇÃO; 2018, Brasília. Anais. Brasília: Universidade de Brasília, 2018, p. 7-23. Disponivel em: <http://conferencias.unb.br/index.php/LRF/LFR1/paper/viewFile/12651/2189>. Acesso em: 07 jan 2023.

nascimento, tatiana. cuíerlombismo literário: poesia negra lgbtqi desorbitando o paradigma da dor. São Paulo: N-1 Edições, 2019.

SILVA, Pedro Ivo. afroqueer existência: dor luta amor. Brasília: Padê Editorial, 2019. 2ª ed.

SILVA, Pedro Ivo. Narrativas afrobixas. Curitiba: Appris, 2020.

Downloads

Publicado

2025-05-22

Edição

Seção

Dossiê 45: As Literaturas de autoria afrodescendente no Brasil e em Portugal

Como Citar

SILVA, Pedro Ivo; BORGES, Luciana. Escrevivências de (auto)amor na poesia de autoria negra dissidente em gênero e sexualidade. Via Atlântica, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 82–111, 2025. DOI: 10.11606/va.v26.n1.2025.208900. Disponível em: https://revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/208900.. Acesso em: 15 nov. 2025.