O que fazer com o passado colonial? Uma reflexão sobre A visão das plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.210087

Palavras-chave:

A visão das plantas, literatura, memória, colonialismo

Resumo

Este estudo busca analisar A visão das plantas, romance publicado em 2019 por Djaimilia Pereira de Almeida. Nascida em Angola e residente em Portugal, a autora pode ser compreendida em um conjunto de escritores que se relacionam com o continente africano não a partir do pertencimento territorial, e sim a partir dos deslocamentos diaspóricos. A obra em questão narra os dias finais da vida de Celestino, capitão de navio negreiro e autor de atos de extrema crueldade contra o povo africano. A leitura proposta centra-se na relação entre literatura e memória por um viés pós-colonial, recorrendo ao trabalho de pesquisadores como Kabengele Munanga, Grada Kilomba, Eduardo Lourenço, Margarida Calafate Ribeiro e outros.  

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Cristina Arena Forli, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Doutora em Estudos de Literatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, vinculada à linha de pesquisa Pós-colonialismo e identidades.

  • Gustavo Henrique Rückert, Universidade Federal de Pelotas

    Professor Adjunto de Literaturas em Língua Portuguesa na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Doutor em Literaturas Portuguesa e Luso-Africanas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Presidente em exercício da Associação Internacional de Estudos Literários e Culturais Africanos (AFROLIC). 

Referências

ALMEIDA, Djaimilia Pereira de. A visão das plantas. São Paulo: Todavia, 2021.

ASSMANN, Aleida. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Campinas: Editora da Unicamp, 2011.

BHABHA, Homi K. A outra questão: o estereótipo, a discriminação e o discurso do colonialismo. In.: BHABHA, Homi K. O local da cultura. Trad. Myriam Ávila; Eliana de Lima Reis. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013. p. 105-128.

CARVALHAL, Tânia Franco. Literatura comparada. São Paulo: Ática, 2001.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Trad. Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cabogó, 2019.

LOURENÇO, Eduardo. Colonialismo e boa consciência: o caso português. In.: LOURENÇO, Eduardo. Do colonialismo como nosso impensado. Lisboa: Gradiva, 2016. p. 347-348.

LOURENÇO, Vasco. Do interior da revolução. Lisboa: Âncora, 2009.

MONDAR. In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. 2022. Disponível em: < https://dicionario.priberam.org/mondar>. Acesso em: 2 Mar. 2023.

MUNANGA, Kabengele. O conceito de africanidade nos contextos africano e brasileiro. In: OLIVEIRA, Jurema (Org.) Africanidades e brasilidades: culturas e territorialidades. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2015. p. 9-25.

PITTS, Johny. Afropean: notes from Black Europe. London: Allen Lane, 2019.

PITTS, Johny. É ridículo que europeu ainda seja sinônimo de branco: entrevista a João Biscaia. Setenta e Quatro, Lisboa, n.p., jul-2022.

RIBEIRO, Margarida Calafate. Viagens na minha terra de ‘outros’ ocidentais. In.: RIBEIRO, Margarida Calafate; ROTHWELL, Phillip. Heranças pós-coloniais nas literaturas de língua portuguesa. Porto: Edições Afrontamentos, 2019. p. 291-307.

TENÓRIO, Jeferson. A confissão do carrasco. Quatro Cinco Um, São Paulo, n 45, n.p., mai-jun 2021.

Downloads

Publicado

2025-05-22

Edição

Seção

Dossiê 45: As Literaturas de autoria afrodescendente no Brasil e em Portugal

Como Citar

FORLI, Cristina Arena; RÜCKERT, Gustavo Henrique. O que fazer com o passado colonial? Uma reflexão sobre A visão das plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida. Via Atlântica, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 368–395, 2025. DOI: 10.11606/va.v26.n1.2025.210087. Disponível em: https://revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/210087.. Acesso em: 15 nov. 2025.