Intracolonialismo ou "l’Animotion" do Atlântico negro
DOI:
https://doi.org/10.11606/va.v0i25.69815Palavras-chave:
África, Angola, Intra-colonialismo, Atlântico pardo, Les animotsResumo
Na linha canônica de Dostoevsky e Kafka o novelista angolano José Eduardo Agualusa nos brinda com protagonistas ou narradores menos propenso à porta-vozes que a animots. A proposição de Jacques Derrida “Ecce animot, [...] assumindo o título de um animal autobiográfico numa resposta arriscada, fabulosa ou quimérica à questão “Mas eu, quem sou eu?” é apropriada se quisermos perseguir o o re(p)t(il)elhar da história na construção da memória angolana. O “vendedor” que dá nome ao romance, o albino Félix Ventura (felicidade futura garantida?), é um homem com uma ocupação pouco usual. Se a sua linhagem não é suficientemente distinta, ele pode muda-la para você. Se sua família não é tão gloriosa quanto você gostaria, Félix Ventura pode te dar outra. Félix Ventura é um vendedor de passados. Mas quem o observa? Quem conta sua estória? Quem, ou o que, está na sua cola? Quem, ou o que, coloca o enredo em (ani)mo(t)vimento? L’animot juste ou juste l’animot? A proposta meditação acerca do intra-colonialismo pós-colonial angolano tem como foco a economia de passados transformados, lavados pela valência de cambiantes identidades. A análise da função do albino que explora a dimensão parda – um tom de cinza – de uma atlântica Angola pós-colonial que reinventa seu passado e reinscreve sua história; após intromissões falhadas de expansionismos soviéticos ou intervencionismos cubanos, agora envoltos numa língua globalizante de animosidade menos paralisante de animots que ousam se arriscar.
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