A arte do remix: uma anarqueologia dos processos de criação em mídias digitais

Autores

  • Lúcia Leão Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2016.120924

Palavras-chave:

teorias da imagem, mídias digitais, processos de criação nas mídias, remix

Resumo

As mídias digitais, os bancos de dados e a lógica do software povoam a cultura contemporânea. Nesse cenário, procedimentos específicos de criação e produção de linguagem emergem nas redes. Compreendido enquanto ato de editar fragmentos de materiais pré-existentes com o objetivo de gerar novas obras, o remix é uma prática característica da cultura digital. Este artigo inicia com uma revisão crítica a respeito da discussão sobre o remix na cultura digital (Lessig, Manovich, Navas); em seguida, discute o remix como procedimento criativo nas diferentes mídias e como escolha estética na produção de imagem e imaginário midiáticos. A colagem segundo a visão de Max Ernst é revisitada para traçar paralelos com os processos de acoplamentos do remix. Para pensar o remix enquanto linguagem, realizamos dois estudos de caso.

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Biografia do Autor

  • Lúcia Leão, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Brasil.

    Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É autora de vários livros, entre eles: O labirinto da hipermídia e O chip e o caleidoscópio. Tem pós-doutorado em Artes pela Unicamp e doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.

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Publicado

2016-12-17

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

A arte do remix: uma anarqueologia dos processos de criação em mídias digitais. RuMoRes, [S. l.], v. 10, n. 20, p. 26–45, 2016. DOI: 10.11606/issn.1982-677X.rum.2016.120924. Disponível em: https://revistas.usp.br/Rumores/article/view/120924.. Acesso em: 28 mar. 2024.