Sobre a Revista

Foco e Escopo

RuMoRes – Revista Online de Comunicação, Linguagem e Mídias

Em face da complexidade, diversidade e centralidade que a cultura midiática vem adquirindo, torna-se premente investigar questões a respeito das naturezas da crítica de mídia, dos lugares onde ela se encontra, dos sujeitos que a praticam, das perspectivas teóricas que a orientam. Frente a essas demandas e desafios, RuMoRes – Revista Online de Comunicação, Linguagem e Mídias, publicada desde 2007, passa a integrar a Rede de Pesquisa em Cultura Midiática – Metacrítica, dispondo-se a divulgar investigações e reflexões desta área de pesquisa. Participam da rede os grupos de pesquisa MidiAto – Grupo de Estudos de Linguagem e Práticas Midiáticas (ECA-USP), Mídia e Narrativa (PUC Minas), Quintais: cultura da mídia, arte e política (UFOP) e Checar – Checagem, Educação, Comunicação, Algoritmos e Regulação (Umesp).

A revista recebe artigos dedicados ao estudo da crítica relacionada às mais diferentes expressões da cultura midiática que tragam contribuições teórico-metodológicas sustentadas em análises reflexivas. A um só tempo específica e plural, a linha editorial deste periódico científico se movimenta nas inumeráveis interrogações entre “como criticam os que criticam”, “como fazer para criticar”, “o que está sendo criticado” e “as razões de criticar”. O objetivo é estimular a publicação de estudos circunscritos em duas grandes instâncias que conjugam esforços teóricos, conceituais e metodológicos, tanto nos exercícios de crítica como nos de metacrítica. São elas:

I) Crítica de produções midiáticas em diversos formatos, linguagens, tecnologias e gêneros; estudo de experiências midiáticas que, ao proporem inovações estéticas e estilísticas, empreendem crítica àquilo estabelecido como padrão; crítica a organizações de comunicação, de maneira mais geral; implicações éticas e estéticas de produtos, práticas e processos midiáticos. Nessa instância, as abordagens analíticas das produções midiáticas devem ser acompanhadas de reflexões metodológicas e estudos teórico-conceituais acerca do exercício crítico.

II) Análise de críticas veiculadas pela mídia e produzidas por profissionais social e culturalmente reconhecidos como críticos ou como produtores de crítica especializada; estudo do trabalho e atuação do crítico; estudo da crítica de mídia como um gênero textual, a partir de determinadas convenções reconhecidas pelo público, possibilitando sua circulação em espaços já institucionalizados, como jornais, revistas, tv, rádio ou blogs; análise de críticas dos públicos sobre práticas e produções midiáticas, expressas sobretudo em sites, blogs e outras formas em redes sociais e que podem marcar lutas identitárias e disputas por reconhecimento; estudos sobre formação de públicos críticos em relação às produções midiáticas; análise de críticas de mídia realizadas por acadêmicos, com interesse na percepção sobre o ato e os modos de criticar, observando recursos metodológicos, conceituais e teóricos (meta-análises).

Os textos enviados serão submetidos a análise inicial que inclui elementos formais, padronização e adequação à linha editorial da revista. Textos encaminhados fora do foco e escopo não serão encaminhados para avaliação, sendo os proponentes comunicados pela Equipe Editorial.

Processo de Avaliação pelos Pares

Todos os artigos recebidos são analisados e enviados para avaliação por membros do Conselho e consultores ad hoc (blind review), conforme afinidade temática, recebendo parecer favorável ou desfavorável à publicação. O resultado será informado por e-mail ao autor/a.

Periodicidade

Semestral. 

Política de Acesso Livre

Esta revista oferece acesso aberto, livre e imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento, de acordo com as Licenças Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0  Os autores mantém seus direitos de autoria. A revista não cobra taxas para submissão ou publicação. 

Política de ética

A revista segue as diretrizes do Código de Conduta e Boas Práticas do COPE (Committee on Publication Ethics) (https://publicationethics.org/) e as submissões devem atender a essas diretrizes. 

ORIGINALIDADE E INEDITISMO          

Consideram-se originais as proposições e tratamentos teóricos, metodológicos e analíticos que não encontram precedentes na revisão bibliográfica de uma dada área do conhecimento e que, portanto, gozem de um caráter inovador. Para que um texto seja inédito, este não deve ter sido publicado anteriormente. Isso inclui formatos impressos e digitais, com ou sem registro. Em casos de trabalhos que constem em anais de eventos e também materiais já disponíveis em repositórios institucionais (dissertações e teses), os autores são incentivados a revisar suas produções levando em consideração as discussões feitas com os pares antes de realizar submissão à revista. Solicita-se também que o trabalho submetido seja referenciado, indicando-se o evento científico, no caso do artigo ser oriundo de anais, ou a dissertação e tese, respeitando-se nos dois casos as normas de avaliação cega.

REDUNDÂNCIA OU DUPLICAÇÃO DE PUBLICAÇÃO          

Todos os artigos passam por processo de detecção de redundância tanto por programas antiplágio como por ação humana. Os resultados são informados aos editores, que passam a investigar e a reunir provas documentais. São observadas a extensão e a natureza da redundância.

Se a sobreposição não for significativa, os revisores serão informados da decisão e dos procedimentos da revisão. Em casos de sobreposição menor – com alguns elementos de redundância ou sobreposição legítima (por exemplo, exposição de métodos, atualização de análises já feitas ou discussão focada em públicos diferentes) – o autor/a será contatado e informado sobre a posição do periódico. Será explicado que aquele trabalho secundário deve referenciar o original ou, então, ter o material em sobreposição removido. Esse procedimento é acompanhado de revisão e decisão editorial.

Para sobreposições extensas ou resultados muito similares, evidenciando que o autor/a tentou esconder a redundância, não citando o trabalho anterior, haverá contato por escrito apresentando documentação que evidencia duplicação ou redundância e a declaração assinada por ele de que o trabalho submetido não foi publicado em nenhum outro lugar.

Se a resposta do autor/a for satisfatória – por exemplo, republicação legítima – este será informado sobre a posição do periódico e o comportamento futuro esperado. Quando a resposta for insatisfatória ou houver admissão de culpa, o autor/a será informado sobre a rejeição de sua submissão e os editores considerarão informar o ocorrido aos agentes superiores e/ou responsáveis pela pesquisa. O revisor também será avisado sobre a ação tomada.

PLAGIARISMO

Casos suspeitos de plagiarismo devem ser informados aos editores. A notificação é confirmada e tem início a reunião de provas documentais a partir de avaliação sobre o grau de cópia.

Em casos de cópia menor – frases curtas, por exemplo, e nenhuma atribuição errada de dados – os editores contatarão o autor/a da submissão, explicando a posição do periódico e a necessidade de correção do trabalho. Os que relataram a suspeita de plagiarismo serão informados sobre as ações do periódico.

Quando se tratar de plagiarismo claro – com uso de grandes porções de texto e/ou dados, como se fossem de autoria própria – será feito contato por escrito com o autor/a da submissão, enviando-lhe uma cópia da declaração de autoria e originalidade feita por ele juntamente com as evidências encontradas de plagiarismo. O autor/a deverá entrar em contato com os editores, fornecendo explicações.

Se a resposta aos editores for satisfatória, o autor/a será instruído sobre a posição do periódico e o comportamento futuro desejado. Mas, se for insatisfatória, será considerada a retirada do trabalho submetido ou já publicado e o ocorrido será informado aos veículos editoriais envolvidos, também aos agentes superiores e/ou responsáveis pela realização da pesquisa, bem como à vítima e aos leitores.

Nos casos em que o autor/a não fornecer resposta aos editores, haverá tentativa de contato com os co-autores e/ou a instituição do autor, solicitando que o problema seja informado aos seus superiores ou responsáveis pela pesquisa. Se não houver respostas, o contato será refeito no período de 3 a 6 meses. Depois disso, será cogitado o contato com outras autoridades.

DECLARAÇÃO DE POSIÇÃO SOBRE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA)

RuMoRes adota o posicionamento do COPE (Committee on Publication Ethics) em relação às ferramentas de inteligência artificial (IA), deixando claro que os autores que as utilizarem na redação de um manuscrito, na produção de imagens ou elementos gráficos do artigo, ou na coleta e análise de dados, devem ser transparentes ao divulgar na seção de Materiais e Métodos (ou similar) do artigo como a ferramenta de IA foi usada e qual ferramenta foi usada. Os autores são totalmente responsáveis pelo conteúdo de seu manuscrito, mesmo as partes produzidas por uma ferramenta de IA, e portanto são responsáveis por qualquer violação da ética de publicação.

Classificação

Outras Informações

Contato: rumores@usp.br

Informações: midiato@usp.br

MidiAto: www.usp.br/midiato

Rede Metacrítica: https://midiato.wordpress.com/metacritica-rede-de-pesquisa-em-cultura-midiatica/

Histórico do Periódico

"Escutar-se é escutar o rumor da tropa das palavras em debandada. Não podemos ouvir um pensamento que vem se não escutarmos esse rumor, o rumor de onde vem o pensamento e por onde ele vem, de onde ele sai e onde tenta entrar". (Jean-François Lyotard)

A publicação deve seu nome à ideia de “rumor da língua”. O acordo pela forma plural, além de favorecer uma sonoridade menos ríspida, corresponde a um entendimento das condições implícitas no conceito de Roland Barthes. Os dicionários estão concordes quanto à definição de que rumor é o ruído produzido por deslocamentos. Tal concepção, quando aplicada às línguas, ou melhor, às linguagens em que o humano se faz, diz respeito ao fato de que entre as palavras e as coisas existe uma distância intransponível.

Podemos figurá-la como uma fissura, disfarçada por nossas narrativas de mundo, entre duas dimensões díspares: a dos signos, que tentam dizer as coisas, e a das coisas, deslocadas em relação a seus nomes, ainda que, em muitos casos, somente a eles devam sua existência. O interstício assim compreendido aciona um jogo de remissões em que as significâncias se multiplicam e assumem outros contornos. Já se vê que não lidamos com as teorias que dispõem sobre os ruídos que perturbam o canal e interferem no fluxo de informação, impedindo a empreitada da comunicação perfeita.

Ao contrário, recordamos uma condição de base que faz com que os rumores sejam uma das faces da comunicação em sua própria natureza. Basta recorrermos aos mesmos dicionários para constatarmos que as significações se enviesam, numa automática geração de ruídos/rumores. O significado, dado para a palavra investigada, conversa com outros significados e as definições se realizam na oferta de outros tantas palavras, sempre adiando o fechamento intencionado.

O mesmo sucede com nossa definição primeira e genérica de rumor. Ela induz ao deslocamento, não por tê-lo mencionado, mas por ter introduzido no jogo do significado a alusão a outros significantes. Assim, o deslocamento é aqui tomado como assimetria entre o nome e o campo nomeado.

Desta primeira definição, outras significações se irradiam. Este espaço de indefinição, encravado nos deslocamentos, acolhe dos ditos aos interditos, dos textos aos palimpsestos, dos discursos aos interdiscursos. Abriga pura propagação-vestígio desta condição originária das palavras, com suas idéias, em relação às coisas. Há um rumor na gênese das linguagens que torna toda produção linguajeira a rigor, tudo nada mais, no limite, do que um desdobramento em rumores. (Mayra Rodrigues Gomes)