André Bazin e a intermidialidade: por uma historicidade impura do cinema

Autores

  • Margarida Maria Adamatti Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2018.137915

Palavras-chave:

André Bazin, intermidialidade, adaptação, Cahiers du Cinéma, mise-en-scène

Resumo

Pioneiro avant la lettre da intermidialidade, André Bazin não desprezou as possibilidades artísticas do diálogo entre o cinema e as demais mídias. Longe de uma postura purista, Bazin demonstrou como esses entrelaçamentos trouxeram uma inevitável historicidade ao cinema e a possibilidade de aprimoramento da forma fílmica. Num movimento pendular entre a noção de autoria e o elogio à criação anônima das artes, Bazin agregou a arqueologia das mídias ao debate do específico. Através da articulação entre a análise fílmica e o estudo do contexto, os artigos sobre a adaptação teatral e literária abrem-nos caminhos de pesquisa para abordagens intermidiáticas do cinema. A nossa proposta pretende decompor a metodologia baziniana e apresentar as disputas internas do campo cinematográfico em torno da autoria e do específico.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Margarida Maria Adamatti, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

    Doutora em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Desenvolve, com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pesquisa de pós-doutorado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde é professora colaboradora (Programa Nacional de Pós-Doutorado – PNPD/Capes) do Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som (PPGIS).

Referências

ASTRUC, A. “Nascimento de uma nova vanguarda: a ‘câmera-stylo”. In: OLIVEIRA, L. M. (org.). Nouvelle vague. Lisboa: Cinemateca Portuguesa, 1999.

BAZIN, A. « Comment peut on être hitchococko-hawksien ? » Cahiers du Cinéma, n. 44, fev. 1955.

__________. “De la politique des auteurs”. Cahiers du cinéma, n. 70, abr. 1957.

__________. O cinema: ensaios. São Paulo: Brasiliense, 1991.

__________. « On the politique des auteurs » In: HILLIERS, J; BROWNE, N. Cahiers du Cinéma: The 1950s: Neo Realism, Hollywood, New Wave. v. 1. London: Routledge, 1996.

________. « Pour un cinéma impur (défense de l’adaption) ». In: BOVAY, G.-M. (org.). Cinéma: un oeil ouvert sur le monde. Lausanne: Clairefontaine, 1952.

BAECQUE, A. “André Bazin in combat”. Cineaste, winter 2010a.

_______. Cinefilia - invenção de um olhar, história de uma cultura 1944-1968. São Paulo: Cosac Naify, 2010.

BERNARDET, J. C. O autor no cinema: a política dos autores; França, Brasil anos 50 e 60. São Paulo: Brasiliense/Edusp, 1994.

BOURDIEU, P. A distinção - crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp/ Porto Alegre: Zouk, 2007.

___________. A produção da crença: contribuição para uma economia dos bens simbólicos. São Paulo: Zouk, 2001.

CLÜVER, C. “Inter textus/ inter artes/ inter media”. Aletria. jul. dez. 2006.

NAGIB, L; JERSLEV, A. Impure Cinema. London, New York: I. B. Tauris, 2014.

TRUFFAUT, F. “Une certain tendence du cinéma français » Cahiers du cinema, n. 31, jan. 1954.

SHATZ, T. O gênio do sistema: a era dos estúdios em Hollywood. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

STAM, R. Introdução à teoria do cinema. Campinas: Papirus, 2003.

XAVIER, I. O discurso cinematográfico - a opacidade e a transparência. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

________. Sétima arte: um culto moderno - o idealismo estético e o cinema. São Paulo: Perspectiva, 1978.

Downloads

Publicado

2018-06-22

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

ADAMATTI, Margarida Maria. André Bazin e a intermidialidade: por uma historicidade impura do cinema. RuMoRes, [S. l.], v. 12, n. 23, p. 262–278, 2018. DOI: 10.11606/issn.1982-677X.rum.2018.137915. Disponível em: https://revistas.usp.br/Rumores/article/view/137915.. Acesso em: 25 nov. 2024.