O lugar da morada no cinema de Lucrecia Martel e de Pablo Trapero: paisagens anestésicas ou espaços estésicos?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2018.143686Palavras-chave:
Novo Cinema Argentino, O pântano, Leonera, instituição familiar, lugar da morada, paisagens anestésicas, espaços estésicosResumo
O artigo se ocupa do Novo Cinema Argentino – particularmente dos filmes O pântano (La ciénaga, Lucrecia Martel, 2001) e Leonera (Pablo Trapero, 2008) – como potência das configurações domésticas que inscreve no detalhe da instituição familiar uma memória pósditatorial em que imobilidades, exclusões e barreiras são as imagens privilegiadas. Trata-se de um cinema que apresenta ambientes domésticos paradoxais, nos quais proliferam e convivem, lado a lado, práticas ambíguas de acolhimento/abrigo e de repressão/opressão – revelando as relações familiares como modos de experiências advindas do lugar da morada, que poderá se constituir em paisagem anestésica ou em espaço estésico.
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