Formas bastardas: reportagem e vida anônima
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2014.83562Palavras-chave:
Reportagem, visibilidade, anonimato, campo.Resumo
A reportagem tem sido considerada, desde sua ascensão na modernidade, uma “forma bastarda”, por sua condição híbrida entre ficção e narração do fato. Este artigo sustenta, a partir da investigação da própria noção de bastardia, que há uma articulação entre o “gênero impuro” de algumas reportagens e sua orientação para iluminar a vida anônima social, em sua precariedade. Como textos de intervenção, essas narrativas instauram sua própria ordem do sensível – que se difere da do literário – ao jogarem luz sobre espaços e pessoas invisíveis socialmente. Chega-se, assim, neste ensaio, à noção deslocadora de “campo” em Giorgio Agamben (2010), como zonas de exceção em nossa sociedade, habitadas pela vida aquém da cidadania, e que a reportagem contemporânea persevera em denunciar.
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