Cidades devoradoras: A Dublin de James Joyce e a Curitiba de Dalton Trevisan

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2595-8127.v25i1p99-115

Palavras-chave:

James Joyce, Dalton Trevisan, Dublin, Curitiba, Fuga geográfica

Resumo

A questão da fuga geográfica permeia os textos de Dublinenses (1914), de James Joyce e Em busca de Curitiba perdida (1992), de Dalton Trevisan. Em ambas as obras nos deparamos com personagens que tentam escapar de uma realidade marcada por frustração, decadência e paralisia. A impossibilidade de conseguirem deixar o espaço físico da cidade invariavelmente os leva a sublimar essa necessidade por meio de outros tipos de evasão, tais como o sonho ou devaneio; a idealização de lugares exóticos e distantes; a fuga temporal – através da exaltação do passado em detrimento do tempo presente; vícios – em particular, a bebida; envolvimento em relacionamentos superficiais e fugazes e, no extremo, a morte como solução às agruras de que se veem vítimas. Assim, a Dublin de Joyce e a Curitiba de Trevisan não são idealizadas, muito menos entendidas como lugares de proteção e aconchego – características geralmente associadas à imagem da cidade natal. No contexto ficcional pelo qual são apresentadas, elas funcionam não apenas como cenários, mas como uma grande e sufocante persona que aprisiona seus habitantes e inexoravelmente delineia seus destinos.

Biografia do Autor

  • Priscila Célia Giacomassi, Instituto Federal do Paraná

    Holds a PhD in Literary Studies from the Federal University of Paraná. She graduated in Portuguese/English and has a Masters in Language Arts, English Language Literature. She is a teacher at the Federal Institute of Paraná and participates as a lecturer in graduate courses (specialization) for public and private teachers in the State of Paraná. 

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Publicado

2023-06-15

Como Citar

Giacomassi, P. C. (2023). Cidades devoradoras: A Dublin de James Joyce e a Curitiba de Dalton Trevisan. ABEI Journal, 25(1), 99-115. https://doi.org/10.11606/issn.2595-8127.v25i1p99-115