Intertextualidades entre os filmes de Frank Berry I Used to Live Here (2014) e Michael Inside (2017)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2595-8127.v26i1p123-134Palavras-chave:
Estudos do cinema irlandês, Apropriação, Pós-Tigre Celta, Exclusão socialResumo
Sob a orientação de John Nicholl (2001) sobre como se ‘ler’ um filme, este artigo discute as relações intertextuais entre dois longa-metragens, I Used to Live Here (2014) e Michael Inside (2017), do cineasta e produtor Frank Berry. Ambos são dramas fictícios que se passam nos subúrbios do norte de Dublin e retratam questões como bullying, solidão, exclusão social e suicídio. No filme de 2017, o diretor faz uso de alguns elementos fílmicos do filme anterior, como códigos visuais e sonoros: cenário, cenas específicas, música e ator. Através do uso de imagens como signos, conforme definido por Ferdinand de Saussure, o diretor faz apropriações imagéticas para aprofundar a construção de espaço e identidade, o que traz um forte senso de sequência a Michael Inside em relação ao filme anterior, estimulando, assim, debates em relação a sua originalidade. Além disso, esta pesquisa analisa brevemente a função social desses dois filmes voltados para a comunidade e o que motivou o cineasta a fazer uso dessas intertextualidades. Concluindo, este artigo discute como a história recente de rápida globalização da Irlanda transformou a tradição cinematográfica irlandesa, especialmente em filmes sobre prisão, como Michael Inside, em que as linhas entre o ‘local’ e o ‘global’ se entrelaçam.
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