DADOS QUE ENGANAM OU QUE APAGAM A HISTÓRIA? A DRAMATICIDADE DAS ESTATÍSTICAS NA COBERTURA TELEJORNALÍSTICA SOBRE FEMINICÍDIO

Autores

  • Júlia Cavalcanti Versiani dos Anjos Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-1507.v28i2p280-298

Palavras-chave:

Feminicídio, Telejornalismo, Emoção

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de examinar os efeitos de sentido produzidos pelo discurso jornalístico sobre feminicídio, especificamente no que diz respeito à utilização de estatísticas nestas narrativas. O corpus de análise é composto por 43 matérias de telejornais da Rede Globo, que foram veiculadas entre 2018 e 2020 e disponibilizadas na ferramenta Globoplay. A hipótese do presente artigo é que a quantificação do feminicídio atua em conjunto com o recurso à emotividade dos espectadores, detendo a função de chamar a atenção e promover o choque – porém, não no sentido de um ganho informativo, mas sim de uma dramaticidade despotencializada.

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Biografia do Autor

  • Júlia Cavalcanti Versiani dos Anjos, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Doutora e Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ) na linha de pesquisa Mídia e Mediações Socioculturais. Graduada em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda pela ESPM, atuou profissionalmente em redação publicitária, marketing e mídias digitais. Professora substituta de Graduação na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ).

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Publicado

2023-10-16

Como Citar

DADOS QUE ENGANAM OU QUE APAGAM A HISTÓRIA? A DRAMATICIDADE DAS ESTATÍSTICAS NA COBERTURA TELEJORNALÍSTICA SOBRE FEMINICÍDIO. (2023). Revista Alterjor, 28(2), 280-298. https://doi.org/10.11606/issn.2176-1507.v28i2p280-298