O incêndio no Museu Nacional em Subterrânea

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2023.202183

Palavras-chave:

Museu Nacional, Subterrânea, Incêndio, Ruína, Estética

Resumo

O presente artigo trata do incêndio ocorrido na sede do Museu Nacional em 2018 por meio do longa-metragem Subterrânea (2021), ficção científica em diálogo com o documentário, dirigido por Pedro Urano. Além de ser a primeira ficção a explorar o tema, o filme conecta a tragédia a outros acontecimentos que moldaram a paisagem do Rio de Janeiro. Ao fazê-lo, comenta sobre o modo de operar não só da capital fluminense, mas do país como um todo, calcado na lógica da destruição. O artigo examina Subterrânea tanto estética quanto discursivamente, mobilizando, entre outros, Lima Barreto e Hélio Oiticica, referências ao projeto. Para isso, situa a produção no contexto brasileiro dos anos 2010 e no debate contemporâneo sobre a estética da ruína.

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Biografia do Autor

  • Guilherme Carréra, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Guilherme Carréra é doutor em Cinema pela University of Westminster, com bolsa CAPES. É autor do livro Brazilian Cinema and the Aesthetics of Ruins (Bloomsbury Academic), vencedor do Prêmio da Associação de Investigadores da Imagem em Movimento (AIM, Portugal) e do Prêmio da British Association of Film, Television and Screen Studies (BAFTSS, Reino Unido). Atualmente, realiza pesquisa de pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGCOM-UFRJ), com bolsa CNPq.

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Publicado

2023-12-08

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O incêndio no Museu Nacional em Subterrânea. (2023). ARS (São Paulo), 21(49), 455-505. https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2023.202183