Estratégias antropológicas incipientes para uma etnografia digital: uma discussão a partir de narrativas midiáticas sobre violências sexuais, de gênero, e trotes numa Faculdade de Medicina
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v29i2pe175324Palavras-chave:
Mídia, Violência de gênero, Trotes, Antropologia digitalResumo
Este artigo tem como base a pesquisa desenvolvida entre 2017 e 2018 com o propósito de entender como os atuais processos de disputa política em torno da significação de categorias de violências sexuais, de gênero e trotes têm sido apropriados e representados pela mídia hegemônica brasileira. Para isso, foi analisada a construção da narrativa midiática desses casos nas faculdades paulistas, principalmente na Faculdade de Medicina, que foram alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em 2014. A repercussão midiática desses casos promoveu a nomeação pública de certas práticas como estupro, abuso e violência sexuais, práticas que, pouco tempo antes não eram necessariamente significadas desta forma. Buscou-se discutir não apenas os resultados obtidos, mas também estratégias possíveis para utilização do digital como campo de pesquisa antropológica e a construção de um arquivo digital como base de dados.
Downloads
Referências
BAYM, Nancy. (2010). Personal connections in the digital age. Cambridge: Polity.
BOURDIEU, Pierre. (1989). O poder simbólico. Lisboa, Difel.
BOURDIEU, Pierre. (1997). Sobre a televisão. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
CHAMPAGNE, Patrick. (1998). “A visão midiática” In: BOURDIEU, Pierre (org.). A miséria do mundo. 2ª ed. Petrópolis: Vozes.
COLEMAN, Gabriella. (2010). “Ethnographic Approaches to Digital Media”. Annual Review of Anthropology, vol.39, n.1, p.487-505.
COULDRY, Nick. (2003). “Beyond the hall of mirrors? Some theoretical reflections on the global contestation of media power” In: COULDRY, Nick; CURRAN, James. Contesting Media Power: alternative media in a networked world. Lanham: Rowman & Littlefield.
COULDRY, Nick; CURRAN, James. (2003). “The Paradox of Media Power” In: COULDRY, Nick; CURRAN, James. Contesting Media Power: Alternative Media in a Networked World. Lanham: Rowman & Littlefield.
CUNHA, Olívia Maria Gomes da. (2004). “Tempo imperfeito: uma etnografia do arquivo”. Mana, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 287-322.
CURRAN, James; FENTON, Natalie; FREEDMAN, Des. (2012). Misunderstanding the internet. London: Routledge.
FABIAN, Johannes. (2008). Ethnography as Commentary. Writing from the Virtual Archive. Durham: Duke University Press.
GEERTZ, Clifford. (2015). A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro, Grupo Editorial Nacional.
HALL, Stuart. (2006). Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte, Editora da UFMG.
HINE, Christine. (2000). Virtual ethnography. California: Sage Publications Ltd.
HORST, Heather; MILLER, Daniel. (2012). “The digital and the human a prospectus for digital anthropology” In: HORST, Heather; MILLER, Daniel. (ed.). Digital anthropology. Berg: London
LANDINI, Tatiana Savoia. (2006). “Violência sexual contra crianças na mídia impressa: gênero e geração”. Cadernos Pagu, vol.26.
LOWENKRON, Laura, FERREIRA, Letícia. (2014). “Anthropological perspectives on documents: Ethnographic dialogues on the trail of police papers”. in: Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, v. 11, n. 2.
MAGNANI, José Guilherme. (2009). “Etnografia como prática e experiência” In Horizontes Antropológicos, v.15, n.32, p.129-156.
MARCUS, George. (1995). “Ethnography in/of the World System: The Emergence of Multi-sited Ethnography”. Annual Review of Anthropology, vol.24.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso. (1998). “O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir, escrever” In: O Trabalho do Antropólogo. São Paulo: Paralelo/Ed.Unesp, p. 17-35.
PARREIRAS, Carolina. (2015). Altporn, corpos, categorias, espaços e redes: um estudo etnográfico sobre pornografia online. Dissertação de Doutorado, IFCH, Universidade Estadual de Campinas.
PEIRANO, Mariza. (2014). “Etnografia não é método” In: Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 20, n. 42, p; 377-391.
RAMOS, Jair de Souza. (2012). “Toma que o aborto é teu: a politização do aborto em jornais e na web durante a campanha presidencial de 2010”. Revista Brasileira de Ciência Política, n.7, p. 55-82.
STRATHERN, Marilyn. (2006). O Gênero da Dádiva: problemas com mulheres e problemas com a sociedade na Melanésia. Campinas: Ed.Unicamp.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Cadernos de Campo (São Paulo - 1991)
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autorizo a Cadernos de Campo - Revista dos Alunos de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo (PPGAS-USP) a publicar o trabalho (Artigo, Ensaio, Resenha, Tradução, Entrevista, Arte ou Informe) de minha autoria/responsabilidade assim como me responsabilizo pelo uso das imagens, caso seja aceito para a publicação.
Eu concordo a presente declaração como expressão absoluta da verdade, também me responsabilizo integralmente, em meu nome e de eventuais co-autores, pelo material apresentado.
Atesto o ineditismo do trabalho enviado.