Prática de gestão e controle da subjetividade dos trabalhadores: a ideologia de encantamento em uma empresa de varejo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v16i1p9-23Palavras-chave:
Práticas de gestão, Controle da subjetividade, Psicossociologia, Ideologia, Encantamento.Resumo
Este artigo apresenta um estudo de caso realizado em uma empresa do ramo de varejo e aborda a relação entre as
práticas de gestão organizacionais e o controle da subjetividade dos trabalhadores. A pesquisa é de natureza
qualitativa e está fundamentada em observações, entrevistas, registros fílmicos e análise documental. Os dados foram
analisados de acordo com a técnica de análise qualitativa de conteúdo proposta por Bardin. A discussão teórica
fundamenta-se nas contribuições de autores da Psicossociologia e da Economia Política do Poder. Destacam-se, na
empresa estudada, as seguintes práticas que envolvem subjetivamente o trabalhador com a organização: (i) processo
de imersão para integração; (ii) rituais de inauguração das novas filiais, com elaboração de hinos pelos próprios
trabalhadores; (iii) internalização das normas e regras de conduta, pela participação dos trabalhadores na construção
das políticas de encantamento e pela repetição dos objetivos e valores organizacionais; e (iv) elaboração de livros
com as histórias de sucesso que imprimem uma formatação da subjetividade ao destacar um ideal comportamental.
Como principais resultados, o estudo destaca a efetividade das práticas de controle da subjetividade que focam o
engajamento e o envolvimento sedutor e perverso dos trabalhadores pela organização, além da adesão dos
trabalhadores via ideologia do encantamento, que se assemelha a uma instância “religiosa”.
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