Ajustamento interno em uma economia heterogênea e seus efeitos sobre a distribuição de renda: o caso brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/1980-53571625mcrResumo
A política econômica recessiva do governo brasileiro, derivada principalmente da crise do balanço de pagamentos e das políticas de estabilização adotadas a partir de 1980 , tem sido particularmente nefasta para os segmentos populacionais mais pobres, os quais tem absorvido a maior parte dos custos internos do ajustamento. Ademais, tal política traz em seu bojo, invariavelmente, uma conjugação de forças altamente regressivas do ponto de vista distributiva, pois, nos períodos recessivos, o impacto negativo sobre o produto, o emprego e a renda e acompanhado por efeitos perversos sobre a distribuição de renda, tanto funcional quanto pessoal. E exatamente essa possibilidade que se pretende explorar neste estudo. Mais precisamente, procura-se mostrar que o uso do arsena de medidas de ajuste do tipo ortodoxo, não seletivo, em economias estruturalmente heterogêneas e com mercados diferenciados de trabalho tende a aumentar a iniqiiidade distributiva de renda. Enfase especial sera dada a compreensão dos pressupostos contidos na teoria da "heterogeneidade estrutural" cujo entendimento da distribuição do produto social e visto em conexâo com as particularidades das estruturas produtivas e sociais dos países latino-americanos.
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