Credibilidade e populismo no Brasil: a política econômica do governo João Goulart

Autores

  • Sérgio Marley Modesto Monteiro Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Pedro Cezar Dutra Fonseca Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-41612012000300004

Palavras-chave:

populismo, credibilidade, Brasil, João Goulart

Resumo

O governo Goulart (1961-1964), em suas fases parlamentarista e presidencialista, é considerado um exemplo típico do populismo no Brasil. A literatura sobre o período costuma definir a política econômica como hesitante, irracional ou ambígua. Neste trabalho, utiliza-se um modelo de credibilidade para explicar a condução da política econômica nas duas fases do governo. A credibilidade é definida como a probabilidade subjetiva com que os agentes avaliam o compromisso do governo para com as medidas de estabilidade por ele anunciadas, formalizadas por uma regra monetária. Nas duas fases o governo inicia com medidas de combate à inflação. À medida que o tempo passa, como resultado dos custos associados a esta política, a austeridade é abandonada, a credibilidade diminui e as tentativas de estabilização falham.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Sérgio Marley Modesto Monteiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Pedro Cezar Dutra Fonseca, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Referências

ABREU, M. de P., A ordem do progresso: cem anos de política republicana, 1889-1989. (Rio de

Janeiro, 1989).

AGÉNOR, P. R.; Taylor, M. P., Analysing credibility in high-inflation countries: a new approach. The Economic Journal, v.103 (1993).

BAER, W., A economia brasileira. (São Paulo,1996).

BANDEIRA, M., O governo João Goulart: as lutas sociais no Brasil (1961-1964). (Rio de Janeiro, 1983).

BARRO, R., ‘Reputation in a model of monetary policy with incomplete information’. Journal of

Monetary Economics, 17(1986), pp. 1-20.

BASTOS, P. P. Z., O plano Trienal e sua economia política. In: O Plano Trienal e o Ministério do

Planejamento. (Rio de Janeiro, 2011).

BAXTER, M., The role of expectations in stabilization policy. Journal of Monetary Economics, v. 15, (1985).

BLACKBURN, K.; Christensen, M., Monetary policy and policy credibility: theories and evidence.

Journal of Economic Literature, v.27 (1989). Boletim Mensal da SUMOC, 1961-1964. Brasília.

BRASIL, Presidência da República. Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social: 1963-65. (Departamento de Imprensa Nacional, 1963).

CASTRO, P.R., Ronci, M. ‘Sixty years of populism in Brazil.’ In: Dornbusch, R., Edwards, S. The

macroeconomics of populism in Latin America. (Chicago, 1991).

CHRISTENSEN, M. Disinflation, credibility and price inertia. Applied Economics, v.19 (1987a).

CHRISTENSEN, M. On interest rate determination, testing for policy credibility, and the relevance of the Lucas critique. European Journal of Political Economy, v. 3 (1987b).

Conjuntura Econômica, 1961-1964. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas.

CROUSHORE, D.; Koot, R. S., A measure of Federal Reserve credibility. Working Paper, n. 91-1

(Federal Reserve Bank of Philadelphia), 1991.

DORNBUSCH, R. Edwards, S. The macroeconomics of populism in Latin America. Journal of Development Economics, 32 (1990), pp. 247-277.

DORNBUSCH, R. Edwards, S. Edwards, S., The macroeconomics of populism in Latin America. (Chicago, 1991).

FONSECA, P. C. D. Vargas: o capitalismo em construção, 1906-1954. (São Paulo, 1989).

FONSECA, P. C. D. Legitimidade e credibilidade: impasses da política econômica do governo Goulart. Estudos econômicos, v. 34, n. 1(2004), pp. 587-622.

FURTADO, C., Um Projeto para o Brasil. (Rio de Janeiro, 1968).

GEWEKE, J., Exact inference in the inequality constrained normal linear regression model. Journal of Applied Econometrics, v.1 (1986).

IANNI, O., Estado e Planejamento Econômico no Brasil. (1930-1970). (Rio de Janeiro, 1986).

IBGE. Estatísticas históricas do Brasil. (Rio de Janeiro, 1990). Jornal do Comércio, 1961-64. Porto Alegre.

KREMERS, J. M., Gaining policy credibility for a disinflation. Staff Papers (International Monetary Fund), v.37 (1990).

LEFF, N. H., Política Econômica e Desenvolvimento no Brasil: 1947-1964. (São Paulo, 1977).

LESSA, C., Quinze anos de política econômica. (São Paulo, 1982).

LOUREIRO, F. P., Empresários, Trabalhadores e Grupos de Interesse: a Política Econômica nos Governos

Jânio Quadros e João Goulart, 1961-1964. (Tese de Doutorado, FFLCH/USP, São Paulo 2012)

LUCAS, R., Econometric policy evaluation: a critique. Journal of Monetary Economics (Conference Series on Public Policy, 1976).

MANKIW, G., et al. The adjustment of expectations to a change in regime: a study of the founding of the Federal Reserve. American Economic Review, v. 77, n.3 (1987). O CRUZEIRO, 1963. Rio de Janeiro. RELATÓRIO ANUAL da SUMOC, 1961-64. Brasília.

PERSSON, T.; Tabellini, G., (eds.). Monetary and fiscal policy. (Cambridge, 1994).

ROCHA, F., Monetary reform credibility: some evidence for Brazil. Estudos Econômicos, v.27, n.3, (1997).

SIMONSEN. M. H., Brasil 2001. (Rio de Janeiro, 1969).

SKIDMORE, T., Brasil: de Getúlio a Castelo. (Rio de Janeiro, 1976).

TAVARES, M.C. e Serra, J., Mais Além da Estagnação: Uma Discussão sobre o Estilo de Desenvolvimento Recente no Brasil. (n.p., 1972).

WELLS, J.R., ‘Growth and Fluctuations in the Brazilian Manufacturing Sector during the 1960’s and Early 1970’s’. (unpub. Diss., University of Cambridge, 1977).

Downloads

Publicado

30-09-2012

Edição

Seção

Artigo

Como Citar

Monteiro, S. M. M., & Fonseca, P. C. D. (2012). Credibilidade e populismo no Brasil: a política econômica do governo João Goulart. Estudos Econômicos (São Paulo), 42(3), 511-544. https://doi.org/10.1590/S0101-41612012000300004