O tempo escolar e o encontro com o outro: do ritmo padrão às simultaneidades
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1517-9702201507133096Resumo
Este texto tem por objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa cujo intuito foi compreender a relação entre o tempo escolar, os outros tempos sociais e as temporalidades dos sujeitos, a partir de narrativas biográficas de professoras, em duas escolas com classes multisseriadas, e sujeitos das comunidades de Botelho e Praia Grande, em Ilha de Maré (Bahia). A análise do campo empírico fez emergir o problema do tempo escolar reduzido a ritmo, ora compreendido como uma propriedade individual, ora como uma imposição de um tempo hegemônico, o do relógio. Para problematizar essa noção, foram utilizados como referencial teórico os trabalhos de Elias (1993), Faraco (2010a) e Bakhtin (2003). Com base na relação entre tempo e diferença, retomou-se a discussão com Bakhtin (2003; 2010) para, junto com Levinas (2011a, 2011b), propor outra concepção, a de tempo como simultaneidade, concebida como coexistência e interação. A pesquisa empírica adotou, como abordagem metodológica, a narrativa (auto)biográfica que se constitui na oportunidade do outro dizer de si e, ao fazê-lo, por meio da entrevista narrativa, deixar entrever traços de uma experiência ao mesmo tempo pessoal e social. A pesquisa concluiu que a compreensão do tempo escolar, de um lado, depende de um olhar atento para os outros tempos sociais que atravessam a escola, e, de outro, de uma atenção especial às interações realizadas entre os sujeitos no interior da sala de aula. Afinal, o tempo escolar é acontecimento que se dá no encontro com o outro.Downloads
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Publicado
2015-09-01
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Artigos
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Como Citar
O tempo escolar e o encontro com o outro: do ritmo padrão às simultaneidades . (2015). Educação E Pesquisa, 41(3), 663-678. https://doi.org/10.1590/S1517-9702201507133096