Roda de conversa e assembleia estudantil: por uma cultura da paz em uma comunidade escolar
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202551281711porPalavras-chave:
Escolas Democráticas, Conflitos, Cultura da Paz, Convivência Democrática, AssembleiasResumo
Parte de uma pesquisa de doutorado5, este artigo busca compreender o processo dos conflitos escolares vetorizado por forças territoriais e a tentativa de implementar a convivência democrática por uma cultura de paz através das assembleias, enquanto dispositivos, em uma escola reconhecida por promover Educação Democrática. A cartografia social bem como as pistas e o ethos cartográfico é o método que orienta o trabalho. O território habitado para investigação faz parte de uma comunidade periférica localizada no limite perimetral entre uma capital brasileira e uma favela de outro município, conurbadas. A escola é pública e faz parte da rede municipal de ensino da capital. A professora regente acompanha a turma há dois anos e foi observado que ela atua de forma a territorializar as crianças em uma cultura de escuta e respeito a todos os tipos de vida na maioria do tempo. Identificamos que longe do cerceamento, seja da presença da professora ou dos outros olhos da escola (coordenadoras/es e diretoras), alguns conflitos eram recorrentes, culminando, inclusive, em agressões físicas. Esta comunidade escolar utiliza as assembleias enquanto dispositivo institucionalizado no cotidiano, estimulada pelas rodas de conversa com frequência mensal. Analisou-se cartograficamente um desses episódios e refletiu-se de que maneira a convivência democrática tem sido pautada no viverCOM dessa comunidade escolar. A participação de duas estudantes do quinto ano do Ensino Fundamental I em um trabalho de campo externo à escola, no Instituto Inhotim, foi pauta da assembleia e discutida mediante a literatura sobre violência escolar e convivência democrática, inseridas na cultura da paz.
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