Roda de conversa e assembleia estudantil: por uma cultura da paz em uma comunidade escolar

Autores

  • Rafael Salgado Silva Universidade Federal do Amazonas
  • Váldina Gonçalves da Costa Universidade Federal do Triângulo Mineiro
  • Rouse Ferreira Alves Faculdade do Colégio Batista MG (IPEMIG); Universidade Pitágoras de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-4634202551281711por

Palavras-chave:

Escolas Democráticas, Conflitos, Cultura da Paz, Convivência Democrática, Assembleias

Resumo

Parte de uma pesquisa de doutorado5, este artigo busca compreender o processo dos conflitos escolares vetorizado por forças territoriais e a tentativa de implementar a convivência democrática por uma cultura de paz através das assembleias, enquanto dispositivos, em uma escola reconhecida por promover Educação Democrática. A cartografia social bem como as pistas e o ethos cartográfico é o método que orienta o trabalho. O território habitado para investigação faz parte de uma comunidade periférica localizada no limite perimetral entre uma capital brasileira e uma favela de outro município, conurbadas. A escola é pública e faz parte da rede municipal de ensino da capital. A professora regente acompanha a turma há dois anos e foi observado que ela atua de forma a territorializar as crianças em uma cultura de escuta e respeito a todos os tipos de vida na maioria do tempo. Identificamos que longe do cerceamento, seja da presença da professora ou dos outros olhos da escola (coordenadoras/es e diretoras), alguns conflitos eram recorrentes, culminando, inclusive, em agressões físicas. Esta comunidade escolar utiliza as assembleias enquanto dispositivo institucionalizado no cotidiano, estimulada pelas rodas de conversa com frequência mensal. Analisou-se cartograficamente um desses episódios e refletiu-se de que maneira a convivência democrática tem sido pautada no viverCOM dessa comunidade escolar. A participação de duas estudantes do quinto ano do Ensino Fundamental I em um trabalho de campo externo à escola, no Instituto Inhotim, foi pauta da assembleia e discutida mediante a literatura sobre violência escolar e convivência democrática, inseridas na cultura da paz.

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Biografia do Autor

  • Rafael Salgado Silva, Universidade Federal do Amazonas

    Rafael Salgado Silva é doutorando em educação pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM); mestre em ensino de química e licenciado pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL/MG); professor na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), atuando nos cursos de licenciaturas. É membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Cultura (GEPEDUC) e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Dialógica e Tecnologias Educacionais (EDUCATELIÊ).

  • Váldina Gonçalves da Costa, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

    Váldina Gonçalves da Costa é doutora em educação matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e professora na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) atuando no curso de licenciatura em matemática e nos Programas de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFTM) e Educação em Ciências e Matemática (PPGECM/UFTM). Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Cultura (GEPEDUC) e coordenadora da Rede de Pesquisa da Profissão Docente (REPPOD).

     

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Publicado

2025-03-17

Edição

Seção

Seção Artigos

Como Citar

Roda de conversa e assembleia estudantil: por uma cultura da paz em uma comunidade escolar. (2025). Educação E Pesquisa, 51(00), e281711. https://doi.org/10.1590/S1678-4634202551281711por