Acessibilidade como um campo transdisciplinar de estágio: práticas disruptivas e inventivas na formação universitária
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202551282550porPalavras-chave:
Deficiência, Ensino superior, Acessibilidade, Formação universitária, Estágio em acessibilidadeResumo
Ao longo de uma jornada profissional voltada à participação com pertencimento de estudantes com deficiência no acesso e permanência à educação superior, foi possível mapear algumas linhas que direcionam para agenciamentos pedagógicos que contribuem para tensionar com a cultura capacitista presente na estrutura dessas instituições. Com esse mote, proponho, por meio dessa narrativa teórico-prática, uma reflexão sobre a atuação de estudantes que realizam estágios na área da acessibilidade nas Instituições de Ensino Superior. Com o intuito de problematizar questões em torno dessa atividade prático-formativa, considero que, para além de um procedimento de acessibilidade, tal atividade pode se configurar como um dispositivo anticapacitista devido ao seu impacto na promoção de acessibilidade institucional e na formação acadêmica e profissional de estudantes. Entendendo a acessibilidade como um campo transversal de formação e atuação, e tendo como arcabouço teórico os referenciais epistemológicos pós-estruturalistas agenciados às contribuições conceituais de intelectuais, pesquisadoras(es) e artistas com deficiência, apresento uma análise acerca das atividades prático-formativas que constituem o estágio em acessibilidade. Por meio dos registros das atividades que compõem as orientações e supervisões de estágio, foram cartografadas algumas das reverberações desse trabalho realizado com estudantes com e sem deficiência, oriundos de diferentes áreas do conhecimento. Para tanto, compartilho algumas experiências e reflexões, destacando esse dispositivo tanto para a eliminação de barreiras institucionais quanto para a construção de uma práxis ética, crítica e acessível.
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