Como incluir? O debate sobre o preconceito e o estigma na atualidade
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1517-97022008000200003Palavras-chave:
Educação Inclusiva, Filhos de presidiários, Estigma, Direitos Humanos, PreconceitoResumo
O objetivo deste artigo é provocar um debate que amplie os termos habituais da discussão sobre a Educação Inclusiva. Essa discussão tem como um dos seus eixos a questão do preconceito que cerca aquele considerado "diferente". Propõe-se, no presente artigo, que, além do preconceito, há de se considerar as formas atuais do estigma. O ponto de partida é dado pela análise já clássica de Goffman, atualizada pelas propostas de Zygmunt Bauman. Um grupo "invisível" - pois cercado pelo segredo - que freqüenta as salas escolares, é aquele formado por crianças e jovens que vivem - ou viveram - o encarceramento de um dos progenitores. No Brasil, o "estigma", associado aos filhos de presidiários, tem origem no século XIX, por meio da penetração de teorias criminais, originárias em grande parte da Europa, das políticas eugenista e higienista. O discurso educacional se apropriou dessas concepções e, ao longo de décadas, despendeu esforços no sentido de tentar recuperar indivíduos já "viciados geneticamente" ou influenciados pelo meio familiar e social. Esse foi o grupo estudado para compreender como operam com o estigma que os cerca e que se concretiza na maneira como suas imagens são fixadas e amalgamadas às figuras criminosas de seus pais. Como resultado, vêm-se vidas marcadas pela ambivalência: emergem as figuras dos "indefiníveis", dos "estranhos". Como lidar com esse grupo em uma proposta inclusiva? Quais são as possibilidades e os limites da ação educativa em uma sociedade na qual o estigma parece se reatualizar? Essas são algumas reflexões que este artigo pretende introduzir.Downloads
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Publicado
2008-08-01
Edição
Seção
Artigos
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Como Citar
Como incluir? O debate sobre o preconceito e o estigma na atualidade . (2008). Educação E Pesquisa, 34(2), 243-254. https://doi.org/10.1590/S1517-97022008000200003