Cotejo entre variantes gráficas em manuscritos goianos dos séculos XVIII e XIX
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v21i1p61-79Palavras-chave:
História da língua portuguesa, Filologia, Variação gráficaResumo
A Filologia nos permite, através de critérios adequados, editar manuscritos antigos, conservando, em sua transcrição, o máximo possível, suas formas originais, o que possibilita, dentre vários estudos, o de caráter ortográfico. O corpus desta pesquisa é composto por quarenta cartas goianas redigidas entre os anos de 1751 e 1752, cujas edições fac-similar e semidiplomática estão disponíveis em Xavier (2012). Também faz parte do corpus a edição semidiplomática de um processo de partilha e inventário de bens de Catalão-Go, de 1851, a qual encontra-se em Pires (2015). O objetivo da pesquisa foi analisar variações gráficas presentes nos documentos referidos, comparando-as com as grafias presentes em instrumentos normatizadores da escrita da época, como os dicionários de Bluteau (1712-1728) e de Moraes Silva (1813), a fim de averiguar a consonância ou não entre elas. Primeiramente, foram coletados todos os vocábulos com variações gráficas, a saber, vocálicas e consonantais. Após a coleta, suas grafias foram verificadas nos dicionários mencionados e, em seguida, o mesmo foi feito com suas etimologias nos dicionários de Machado (1977) e Cunha (1986). Por fim, realizou-se a análise quantitativa e qualitativa das variantes, com base em obras de autores como Coutinho (1976), Williams (1975) e Teyssier (1997).
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