Diferenças na produção de foco prosódico contrastivo na fala de adultos e de crianças com aquisição fonológica típica e atípica do Português Brasileiro

Autores

  • Geovana Soncin Universidade Estadual Paulista
  • Cecília Lorena Silva Guida Universidade Estadual Paulista
  • Fernanda Leitão de Castro Nunes de Lima Universidade Estadual Paulista
  • Larissa Cristina Berti Universidade Estadual Paulista

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v26i2p375-395

Palavras-chave:

Aquisição fonológica, Produção de fala, Prosódia, Foco, Transtorno fonológico

Resumo

O presente artigo tem como objetivo geral caracterizar acusticamente a marcação de foco prosódico na fala de adultos, de crianças com desenvolvimento típico de linguagem e de crianças com transtorno fonológico a fim de verificar como esses grupos de sujeitos marcariam o foco. Amostras de fala foram obtidas a partir de experimento elaborado para elicitar sentenças com foco prosódico contrastivos e sentenças neutras. Análise acústica de frequência fundamental, duração e intensidade foi realizada nas sentenças que compuseram as amostras de fala dos três grupos. O estudo mostra performance distinta dos grupos na marcação de foco contrastivo na análise dos três parâmetros fonéticos e sugere que crianças com transtorno fonológico podem apresentar instabilidades no plano prosódico.

Downloads

Biografia do Autor

  • Geovana Soncin, Universidade Estadual Paulista

    Doutora em Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual Paulista. Professora do Programa de Pós-Graduação em Fonoaudiologia da Universidade Estadual Paulista, campus de Marília, SP. Atualmente é Bolsista FAPESP do Programa Jovem Pesquisador (Proc. 2020/10144-3

  • Cecília Lorena Silva Guida, Universidade Estadual Paulista

    Mestranda em Fonoaudiologia

  • Fernanda Leitão de Castro Nunes de Lima, Universidade Estadual Paulista

    Doutoranda em Fonoaudiologia. 

  • Larissa Cristina Berti, Universidade Estadual Paulista

    Doutora em Estudos Linguísticos. Professora do Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Estadual Paulista, Marília, SP,

Referências

American Psychiatric Association. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed Editora; 2014.

American Speech-Language-Hearing Association. Speech sound disorders - Articulation and phonology [internet]. 2023.

Arvaniti A, Fletcher J. The autosegmental-metrical theory of intonational phonology. In: Gussenhoven C, Chen A, editores. The Oxford handbook of language prosody. Oxford: Oxford University Press; 2020. p. 78-95.

Barbosa P. Conhecendo melhor a prosódia: aspectos teóricos e metodológicos daquilo que molda nossaenunciação. Revista Estudos da Linguagem. 2012;20(3):11-27.

Barbosa P, Madureira S. Manual de fonética acústica experimental: aplicações a dados do português. São Paulo: Cortez; 2015.

Beckman M, Pierrehumbert J. Intonational structure in Japanese and English. Phonology Yearbook. 1986;3:255-309.

Berti LC, Pagliuso A, Lacava F. Instrumento de avaliação de fala para análise acústica (IAFAC) baseado em critérios linguísticos. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2009;14(3):305-314.

Berti LC, et al. Relationship between speech production and perception in children with speech sound disorders. Journal of Portuguese Linguistics. 2020;19(13):1-13.

Berti LC, et al. Differentiation on linguistic manifestations in children with delayed phonological development; em preparação.

Boersma P, Weenink D. Praat: doing phonetics by computer [programa de computador]. Versão 6. 2.1.4. Amsterdam: Universiteit van Amsterdam; 2022.

Carnaval M, Moraes JA, Rilliard A. Focus types in Brazilian Portuguese: multimodal production and perception. DELTA. 2022;38(3):202258944.

Ceron MI, et al. Instrumento de avaliação fonológica (INFONO): estudo piloto. Codas. 2020;4(2):1-13.

Chafe WL. Givenness, contrastiveness, definiteness, subjects and topics. In: Li CN, editor. Subject and topic. New York: Academic Press; 1976. p. 27-55.

Cohn CA, Fougeron C, Huffman, MK. The Oxford handbook of laboratory phonology. Oxford: Oxford University Press; 2012.

D'Imperio M, et al. Intonational phrasing in Romance: the role of syntactic and prosodic structure. In: Frota S, Vigário M, Freitas MJ, editores. Prosodies. Berlin: Mouton de Gruyter; 2005. p. 59-97.

De Ruiter JP. Questions: formal, functional and interactional perspectives. Cambridge: Cambridge University Press; 2012.

Diehl JJ, Paul R. The assessment and treatment of prosodic disorders and neurological theories of prosody. International Journal of Speech Language Pathology. 2009;11(4):287-292.

Dodd B. Differential diagnosis and treatment of children with speech disorder. 2.ª ed. London: Whurr; 2005.

Fernandes FR. Ordem, focalização e preenchimento em português: sintaxe e prosódia [tese]. Campinas: Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas; 2007.

Filipe M, et al. Prosodic development in European Portuguese from childhood to adulthood. Applied Psycholinguist. 2017;38(5):1045-1070.

Frota S, et al. Intonational variation in Portuguese: European and Brazilian varieties. In: Frota S, Prieto P, organizadores. Intonation in Romance. Oxford: Oxford University Press; 2015. p. 235-283.

Geluykens R, Swerts M. Prosodic cues to discourse boundaries in experimental dialogues. Speech Communication. 1994;15(1-2):69-77.

Gonçalves CAV. Focalização no português do Brasil [tese]. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro; 1997.

Gonçalves GF, Keske-Soares M, Checalin MA. Estudo do papel do contexto linguístico no tratamento do desvio fonológico. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2010;15(1):96-102.

Gussenhoven C. Types of focus in English. In: Lee C, Gordon M, Buring D, editores. Topic and focus: cross-linguistic perspectives on meaning and intonation. Dordrecht: Springer; 2006. p. 83-100.

Gussenhoven C. Sentential prominence in English. In: Ostendorp M et al., editores. The Blackwell companion to phonology. Nova Jersey: Wiley-Blackwell; 2011. p. 2780-2806.

Hawthorne K, Fischer S. Speech-language pathologists and prosody: clinical practices and barriers. Journal of Communication Disorders. 2020;87:106024.

Hearnshaw S, Baker E, Munro, N. The speech perception skills of children with and without speech sound disorder. Journal of Communication Disorders. 2018;71:61-71.

Kalathottukaren RT, Purdy SC. Prosody perception in typically developing school-aged children. Journal Phonetics and Audiololgy. 2017;3(1):1-9.

Krifka M. Basic notions of information structures. Acta Linguistica Hungarica. 2008;55(3):243-276.

Kugler F, Calhoun S. Prosodic encoding of information structure: a typological perspective. In: Gussenhoven C, Chen A, editores. The Oxford handbook of prosody language. New York: Oxford University Press; 2020. p. 454-467.

Ladd DR, Cutler A. Introduction. Models and measurements in the study of prosody. In: Cutler A, Ladd DR, editores. Prosody: models and measurements. Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg; 1983. p. 1-10.

Ladd DR. Intonational phonology. Cambridge: Cambridge University Press; 2008.

Lamprecht RR. Aquisição fonológica do português: perfil de desenvolvimento e perfil para terapia. Porto Alegre: Artmed Editora; 2004.

Lima FLCN, Guida CLS, Soncin G. Julgamento perceptivo-auditivo de habilidades prosódicas na fala de crianças com distúrbios dos sons da fala. Anais do 31º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia e 12º Congresso Internacional de Fonoaudiologia; 03-06 out. 2023; Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2023. p. 1179-1182.

Moraes JA. Three types of prosodic focus in Brazilian Portuguese: form and meaning; 2009; Workshop on prosody and meaning abstracts; 2009 September 17-18; Barcelona, Espanha. Barcelona: Publisher Unknown; 2009, p. 59-60.

Nespor M, Vogel I. Prosodic phonology. Dordrecht: Foris; 1986.

Nespor M, Vogel I. Prosodic phonology: with a new foreword. Berlin: Mouton de Gruyter; 2007.

Patah LK, Takiuchi N. Prevalência das alterações fonológicas e uso dos processos fonológicos em escolares aos 7 anos. Revista CEFAC. 2008;10(2):158-167.

Peppé S. Why is prosody in speech-language pathology so difficult? International Journal of Speech-Language Pathology. 2009;11(4):258-271.

Peppé S, McCann J. Assessing intonation and prosody in children with atypical language development: the PEPS-C test and the revised version. Clinical Linguistics & Phonetics. 2003;17(4-5):345–354.

Pierrehumbert J. The phonology and phonetics of English intonation [tese]. Massachusetts: Department of Linguistics and Philosophy, Massachusetts Institute of Technology; 1980.

Polli L. Desempenho prosódico verbal e gestual em crianças com e sem diagnóstico de distúrbios dos sons da Fala [dissertação]. Marília: Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista; 2022.

Preston JL, et al. Limited acquisition and generalisation of rhotics with ultrasound visual feedback in childhood apraxia. Clinical Linguistics & Phonetics. 2016;30(3-5):363-381.

Santos KA, et al. Focalização prosódica na fala de crianças com desenvolvimento fonológico típico e atípico: análise duracional. Veredas - Revista de Estudos Linguísticos. 2023;27(1):e40928.

Shriberg LD, et al. Reference data for children with idiopathic speech delay with and without speech motor delay (SMD). Madison: University of Wisconsin-Madison; 2019. Technical Report No. 26, Phonology Project.

Shriberg LD, Aram D, Kwaitkowski J. Developmental apraxia of speech: III. A subtype marked by inappropriate stress. Journal of Speech, Language, and Hearing Research. 1997;40(2):313-337.

Soncin G, Polli L, Berti LC. Use of secondary cues in prosodic focus marking in speech of children with phonological disorder. DELTA. 2022;38(3):202258881.

Terken J, Hermes D. The perception of prosodic prominence. In: Horne M, editor. Prosody: theory and experiment: studies presented to Gösta Bruce. Dordrecht: Springer Netherlands; 2000. p. 89-127.

Watson DG, Arnold JE, Tanenhaus MK. Tic Tac TOE: effects of predictability and importance on acoustic prominence in language production. Cognition. 2008;106(3):1548-1557.

Wells B, Peppé S, Goulandris N. Intonation development from five to thirteen. Journal of Child Language. 2004;31(4):749-778.

Wertzner HF. Distúrbio fonológico. In: Limongi SCO, editor. Linguagem: desenvolvimento normal, alterações e distúrbios: fonoaudiologia informação para a formação. Rio de janeiro: Guanabara Koogan; 2003. p.1-18.

Wonnacott E, Watson DG. Acoustic emphasis in four-year-olds. Cognition. 2008;107(3):1093-1101.

Yano CT, Fernandes-Svartman FR. Um estudo preliminar sobre a prosódia de construções com tópico e foco no português paulista. Entrepalavras. 2020;10(1):256-282.

Yavas M. Padrões na aquisição da fonologia do português. Letras de Hoje. 1988;23(4):7-30.

Downloads

Publicado

2024-12-31

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Soncin, G., Guida, C. L. S. ., Lima, F. L. de C. N. de ., & Berti, L. C. (2024). Diferenças na produção de foco prosódico contrastivo na fala de adultos e de crianças com aquisição fonológica típica e atípica do Português Brasileiro. Filologia E Linguística Portuguesa, 26(2), 375-395. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v26i2p375-395

Dados de financiamento