Diferenças na produção de foco prosódico contrastivo na fala de adultos e de crianças com aquisição fonológica típica e atípica do Português Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v26i2p375-395Palavras-chave:
Aquisição fonológica, Produção de fala, Prosódia, Foco, Transtorno fonológicoResumo
O presente artigo tem como objetivo geral caracterizar acusticamente a marcação de foco prosódico na fala de adultos, de crianças com desenvolvimento típico de linguagem e de crianças com transtorno fonológico a fim de verificar como esses grupos de sujeitos marcariam o foco. Amostras de fala foram obtidas a partir de experimento elaborado para elicitar sentenças com foco prosódico contrastivos e sentenças neutras. Análise acústica de frequência fundamental, duração e intensidade foi realizada nas sentenças que compuseram as amostras de fala dos três grupos. O estudo mostra performance distinta dos grupos na marcação de foco contrastivo na análise dos três parâmetros fonéticos e sugere que crianças com transtorno fonológico podem apresentar instabilidades no plano prosódico.
Downloads
Referências
American Psychiatric Association. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed Editora; 2014.
American Speech-Language-Hearing Association. Speech sound disorders - Articulation and phonology [internet]. 2023.
Arvaniti A, Fletcher J. The autosegmental-metrical theory of intonational phonology. In: Gussenhoven C, Chen A, editores. The Oxford handbook of language prosody. Oxford: Oxford University Press; 2020. p. 78-95.
Barbosa P. Conhecendo melhor a prosódia: aspectos teóricos e metodológicos daquilo que molda nossaenunciação. Revista Estudos da Linguagem. 2012;20(3):11-27.
Barbosa P, Madureira S. Manual de fonética acústica experimental: aplicações a dados do português. São Paulo: Cortez; 2015.
Beckman M, Pierrehumbert J. Intonational structure in Japanese and English. Phonology Yearbook. 1986;3:255-309.
Berti LC, Pagliuso A, Lacava F. Instrumento de avaliação de fala para análise acústica (IAFAC) baseado em critérios linguísticos. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2009;14(3):305-314.
Berti LC, et al. Relationship between speech production and perception in children with speech sound disorders. Journal of Portuguese Linguistics. 2020;19(13):1-13.
Berti LC, et al. Differentiation on linguistic manifestations in children with delayed phonological development; em preparação.
Boersma P, Weenink D. Praat: doing phonetics by computer [programa de computador]. Versão 6. 2.1.4. Amsterdam: Universiteit van Amsterdam; 2022.
Carnaval M, Moraes JA, Rilliard A. Focus types in Brazilian Portuguese: multimodal production and perception. DELTA. 2022;38(3):202258944.
Ceron MI, et al. Instrumento de avaliação fonológica (INFONO): estudo piloto. Codas. 2020;4(2):1-13.
Chafe WL. Givenness, contrastiveness, definiteness, subjects and topics. In: Li CN, editor. Subject and topic. New York: Academic Press; 1976. p. 27-55.
Cohn CA, Fougeron C, Huffman, MK. The Oxford handbook of laboratory phonology. Oxford: Oxford University Press; 2012.
D'Imperio M, et al. Intonational phrasing in Romance: the role of syntactic and prosodic structure. In: Frota S, Vigário M, Freitas MJ, editores. Prosodies. Berlin: Mouton de Gruyter; 2005. p. 59-97.
De Ruiter JP. Questions: formal, functional and interactional perspectives. Cambridge: Cambridge University Press; 2012.
Diehl JJ, Paul R. The assessment and treatment of prosodic disorders and neurological theories of prosody. International Journal of Speech Language Pathology. 2009;11(4):287-292.
Dodd B. Differential diagnosis and treatment of children with speech disorder. 2.ª ed. London: Whurr; 2005.
Fernandes FR. Ordem, focalização e preenchimento em português: sintaxe e prosódia [tese]. Campinas: Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas; 2007.
Filipe M, et al. Prosodic development in European Portuguese from childhood to adulthood. Applied Psycholinguist. 2017;38(5):1045-1070.
Frota S, et al. Intonational variation in Portuguese: European and Brazilian varieties. In: Frota S, Prieto P, organizadores. Intonation in Romance. Oxford: Oxford University Press; 2015. p. 235-283.
Geluykens R, Swerts M. Prosodic cues to discourse boundaries in experimental dialogues. Speech Communication. 1994;15(1-2):69-77.
Gonçalves CAV. Focalização no português do Brasil [tese]. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro; 1997.
Gonçalves GF, Keske-Soares M, Checalin MA. Estudo do papel do contexto linguístico no tratamento do desvio fonológico. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. 2010;15(1):96-102.
Gussenhoven C. Types of focus in English. In: Lee C, Gordon M, Buring D, editores. Topic and focus: cross-linguistic perspectives on meaning and intonation. Dordrecht: Springer; 2006. p. 83-100.
Gussenhoven C. Sentential prominence in English. In: Ostendorp M et al., editores. The Blackwell companion to phonology. Nova Jersey: Wiley-Blackwell; 2011. p. 2780-2806.
Hawthorne K, Fischer S. Speech-language pathologists and prosody: clinical practices and barriers. Journal of Communication Disorders. 2020;87:106024.
Hearnshaw S, Baker E, Munro, N. The speech perception skills of children with and without speech sound disorder. Journal of Communication Disorders. 2018;71:61-71.
Kalathottukaren RT, Purdy SC. Prosody perception in typically developing school-aged children. Journal Phonetics and Audiololgy. 2017;3(1):1-9.
Krifka M. Basic notions of information structures. Acta Linguistica Hungarica. 2008;55(3):243-276.
Kugler F, Calhoun S. Prosodic encoding of information structure: a typological perspective. In: Gussenhoven C, Chen A, editores. The Oxford handbook of prosody language. New York: Oxford University Press; 2020. p. 454-467.
Ladd DR, Cutler A. Introduction. Models and measurements in the study of prosody. In: Cutler A, Ladd DR, editores. Prosody: models and measurements. Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg; 1983. p. 1-10.
Ladd DR. Intonational phonology. Cambridge: Cambridge University Press; 2008.
Lamprecht RR. Aquisição fonológica do português: perfil de desenvolvimento e perfil para terapia. Porto Alegre: Artmed Editora; 2004.
Lima FLCN, Guida CLS, Soncin G. Julgamento perceptivo-auditivo de habilidades prosódicas na fala de crianças com distúrbios dos sons da fala. Anais do 31º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia e 12º Congresso Internacional de Fonoaudiologia; 03-06 out. 2023; Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2023. p. 1179-1182.
Moraes JA. Three types of prosodic focus in Brazilian Portuguese: form and meaning; 2009; Workshop on prosody and meaning abstracts; 2009 September 17-18; Barcelona, Espanha. Barcelona: Publisher Unknown; 2009, p. 59-60.
Nespor M, Vogel I. Prosodic phonology. Dordrecht: Foris; 1986.
Nespor M, Vogel I. Prosodic phonology: with a new foreword. Berlin: Mouton de Gruyter; 2007.
Patah LK, Takiuchi N. Prevalência das alterações fonológicas e uso dos processos fonológicos em escolares aos 7 anos. Revista CEFAC. 2008;10(2):158-167.
Peppé S. Why is prosody in speech-language pathology so difficult? International Journal of Speech-Language Pathology. 2009;11(4):258-271.
Peppé S, McCann J. Assessing intonation and prosody in children with atypical language development: the PEPS-C test and the revised version. Clinical Linguistics & Phonetics. 2003;17(4-5):345–354.
Pierrehumbert J. The phonology and phonetics of English intonation [tese]. Massachusetts: Department of Linguistics and Philosophy, Massachusetts Institute of Technology; 1980.
Polli L. Desempenho prosódico verbal e gestual em crianças com e sem diagnóstico de distúrbios dos sons da Fala [dissertação]. Marília: Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista; 2022.
Preston JL, et al. Limited acquisition and generalisation of rhotics with ultrasound visual feedback in childhood apraxia. Clinical Linguistics & Phonetics. 2016;30(3-5):363-381.
Santos KA, et al. Focalização prosódica na fala de crianças com desenvolvimento fonológico típico e atípico: análise duracional. Veredas - Revista de Estudos Linguísticos. 2023;27(1):e40928.
Shriberg LD, et al. Reference data for children with idiopathic speech delay with and without speech motor delay (SMD). Madison: University of Wisconsin-Madison; 2019. Technical Report No. 26, Phonology Project.
Shriberg LD, Aram D, Kwaitkowski J. Developmental apraxia of speech: III. A subtype marked by inappropriate stress. Journal of Speech, Language, and Hearing Research. 1997;40(2):313-337.
Soncin G, Polli L, Berti LC. Use of secondary cues in prosodic focus marking in speech of children with phonological disorder. DELTA. 2022;38(3):202258881.
Terken J, Hermes D. The perception of prosodic prominence. In: Horne M, editor. Prosody: theory and experiment: studies presented to Gösta Bruce. Dordrecht: Springer Netherlands; 2000. p. 89-127.
Watson DG, Arnold JE, Tanenhaus MK. Tic Tac TOE: effects of predictability and importance on acoustic prominence in language production. Cognition. 2008;106(3):1548-1557.
Wells B, Peppé S, Goulandris N. Intonation development from five to thirteen. Journal of Child Language. 2004;31(4):749-778.
Wertzner HF. Distúrbio fonológico. In: Limongi SCO, editor. Linguagem: desenvolvimento normal, alterações e distúrbios: fonoaudiologia informação para a formação. Rio de janeiro: Guanabara Koogan; 2003. p.1-18.
Wonnacott E, Watson DG. Acoustic emphasis in four-year-olds. Cognition. 2008;107(3):1093-1101.
Yano CT, Fernandes-Svartman FR. Um estudo preliminar sobre a prosódia de construções com tópico e foco no português paulista. Entrepalavras. 2020;10(1):256-282.
Yavas M. Padrões na aquisição da fonologia do português. Letras de Hoje. 1988;23(4):7-30.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Geovana Soncin, Cecília Lorena Silva Guida, Fernanda Leitão de Castro Nunes de Lima, Larissa Cristina Berti

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os direitos autorais serão cedidos à revista para publicação on-line, com livre acesso e impressa para arquivo em papel. Serão preservados, porém, para autores que queiram republicar os seus trabalhos em coletâneas.
Como Citar
Dados de financiamento
-
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Números do Financiamento 2020/10144-3