Planejamento corporativo do território brasileiro: contribuição geográfica à análise crítica da concessão aeroportuária
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2019.156773Palavras-chave:
Planejamento Corporativo, Uso corporativo, Concessão Aeroportuária, Espoliação, CorporaçõesResumo
Esse artigo busca contribuir para a análise dos processos de privatizações e concessões das infraestruturas compostas pelos sistemas de engenharia territoriais, ocorridas no Brasil a partir da década de 1990. Neste artigo analisamos, em particular, as três primeiras rodadas de concessão dos aeroportos, administrados pela empresa estatal INFRAERO (que tiveram início em 2012). Defendemos que, para além da ideologia do planejamento estratégico, verifica-se o fortalecimento de um planejamento corporativo a partir do controle da materialidade (aeroportos) e dos fluxos (linhas/malhas) por corporações nacionais e internacionais, tais como empreiteiras, fundos de investimento e consultorias. Constatamos que o controle dos fluxos e dos fixos dotam as grandes corporações de um poder articulador do território, imprimindo neste uma lógica extravertida e globalizante que coloca cada vez mais o Estado como apêndice do planejamento feito pelas empresas.
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