As diversas abordagens de justiça espacial na geografia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2020.168714

Palavras-chave:

Estado da arte, quadro síntese, horizontes de pesquisa

Resumo

Este artigo trata-se de um estudo teórico de caráter bibliográfico, no âmbito da Geografia Humana e áreas afins, por meio do qual objetivamos identificar a produção científica sobre o conceito de justiça espacial e quais são seus respectivos usos. Orientou nossa investigação o pressuposto de que a justiça se tornou, juntamente com a categoria espaço, relevante para o pensamento geográfico contemporâneo, e central à análise do planejamento urbano e à produção do espaço citadino. No entanto, interessava-nos descobrir quando e como a justiça espacial assumiu relevância nos estudos geográficos e como ela vem sendo trabalhada atualmente. Este esforço intelectual visa oferecer uma contribuição à construção do pensamento geográfico sobre o tema em tela e, em especial, ao debate teórico-conceitual do que seja justiça espacial. Destarte, foi elaborado dois quadros sínteses da justiça/injustiça com autores/ano, valores e ideia-força. Posteriormente, finalizamos nossa identificação, classificando cinco linhas de trabalho e suas diversas ênfases.

 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • David Melo Van Den Brule, Universidade Federal de Pernambuco

    Possui graduação em Licenciatura em Geografia pela Universidade Regional do Cariri (2008), especialização em Geopolítica e História pela Faculdades Integradas de Patos (2009), mestrado em Geografia na Universidade Federal da Paraíba (2011) e doutorado pela Universidade Federal de Pernambuco (2020). 

Referências

BRENNETOT, A. Les géographes et la justice spatiale: généalogie d´une relation compliquée Dand Annales de géographie. V.2 Nº 678, pp. 115-134. Disponível em: <https://www.cairn.info/revue-annales-de-geographie-2011-2-page-115.htm> Acesso em: 19 jun. 2017. 2011.

BRENNETOT, A. Pour une géoéthique: élements d´analyse des conceptions de la justice spatiale, 39, 2010. Disponível em: https://www.cairn.info/revue-espace-geographique-2010-1-page-75.htm. Acesso em: 19 jun. 2017.

BRET, B. Notion à la une: justice spatiale. Géoconfluences. 2015. Disponível em: <http://geoconfluences.ens-lyon.fr/informations-scientifiques/a-la-une/notion-a-la-une/notion-a-la-une-justice-spatiale> Acesso em: 19 jun. 2017.

CARLOS, A. F. A.; ALVES, G. A. (org.); PADUA, R. F. DE (org.). Justiça espacial e o direto á cidade. São Paulo: Editora Contexto, 2017.

CATALÃO, I. de F. Diferença, dispersão e fragmentação socioespacial: explorações metropolitanas em Brasília e Curitiba. Orientadores: Maria Encarnação Beltrão Sposito, Loic Grasland. 2013, 190 f. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente, 2013.

CLAVAL, P. Espace et justice sociale. In: Espace géographique, tome 7, n. 4, 1978. p. 303-305.

DIKEC, M. Justice and the spatial imagination. Environment and Planning, 2001.

FAINSTEIN, S. Planning and the just city. In: Searching for the Just City: Debates in urban theory and practice. Routledge, Abingdon, 2009.

FARIA, T. J. P. Justiça espacial como referência para análise de políticas públicas no Brasil?. In: II Congresso Internacional UFES, Université de Paris Est, Universidade do Minho e XVIII Simpósio de História, 2011, Vitória. Anais eletrônicos do III Congresso Internacional UFES, Université de Paris Est, Universidade do Minho e XVIII Simpósio de História: Territórios, Poderes, Identidades. Vitória: GM Editora, 2011. v. 1. p. 1-12.

FARIA, T. J. P.; MUSSET, A. Socio-Spatial Conflicts, Justice, Resistance. Historical Preservation and Construction of Identities. In Latin American Cities. Revista Geografares, Vitória, v. 22, p. 1-5, 2016. Disponível em: http://periodicos.ufes.br/geografares/article/view/14761. Acesso em: 19 jan. 2020.

FONSECA, A. A. M.; BARBOSA, S. R. C. . Justiça espacial e comarcas no estado da Bahia. GEOTEXTOS (ONLINE), v. 13, p. 75, 2017.

GERVAIS-LAMBONY, P. Justiça Espacial, experiências e pistas de pesquisa. IN: CARLOS, A. F. A.; ALVES, G. A. (org.); PADUA, R. F. DE (org.). Justiça espacial e o direto á cidade. São Paulo: Editora Contexto, 2017.

HARVEY, D. A Justiça Social e a Cidade. Tradução de Armando Corrêa da Silva. São Paulo: HUCITEC, 1980.

HARVEY, D. Cidades rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. Tradução de Jeferson Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

LIMA, I. G. A geopolítica da favela: desafios atuais da justiça territorial no Rio de Janeiro. Revista Cidades, v. 13, p. 05-39, 2016.

LIMA, I. G. Entre a geopolítica do sentido e a justiça territorial. In: XII Coloquio Internacional de Geocrítica, 2012, Bogotá. INDEPENDENCIAS Y CONSTRUCCIÓN DE ESTADOS NACIONALES: PODER, TERRITORIALIZACIÓN Y SOCIALIZACIÓN, SIGLOS XIX-XX. Bogotá: Universidad Nacional de Colombia, 2012. v. 1. p. 1-15.

MADEIRA, P. M.; VALE, M. Desigualdade e espaço no capitalismo contemporâneo: uma questão de (in)justiça territorial?. Geousp – Espaço e Tempo (Online), v. 19, n. 2, p. 196-211, ago. 2015. Disponível em:<http://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/102771>. Acesso em: 18 jan.2020.

MARCUSE. P, Spatial justice: derivative but causal of social injustice. La justice spatiale: à la fois résultante et cause de l’injustice sociale, traduçãp: Sonia Lehman Frisch, justice spatiale, spatial justice, 2009.

PHILIPPOPOULOS-MIHALOPOULOS, A. Quem tem medo do espaço? Direito, Geografia e Justiça Espacial. Belo Horizonte: Fac. Direito UFMG, n. 70, jan/jun. 2017.

RAWLS, J. Justiça como equidade: uma reformulação. Erin Kelly (orgs.). Tradução: Claudia Berliner; revisão técnica da tradução Álvaro De Vita. Martins Fontes, São Paulo, 2003.

REYNAUD, A. Justice spatiale et État. In: Espace géographique, tome 7, 1978. pp. 35-40.

RIBEIRO, Wagner Costa. Justiça espacial e justiça socioambiental: uma primeira aproximação. Estud. av., São Paulo, v. 31, n. 89, p. 147-165, abr. 2017. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142017000100147&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 08 abr. 2020.

RODRIGUES, A. M. Políticas Públicas no Espaço. Cidades: Presidente Prudente, v. 13, p. 41-70, 2016.

SANTOS, M. Espaço do cidadão. 7. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2007.

SERPA, A. S. P. Diversidade e desigualdade em um contexto de fragmentação socioespacial: avanços e recuos. Ateliê geográfico (UFG), v. 12, p. 22-38, 2018.

SMITH, D. M. Geography and ethics: a moral turn? Progress in Human Geography 21,4 pp. 583-590. 1997.

SMITH, D. M. Geography and ethics: how far should we go? Progress in Human Geography 21,3 pp. 119-125. 1999.

SMITH, D. M. Geography and ethics: progress, or more of the same? Progress in Human Geography 25,2 pp. 261-267. 2001.

SMITH, D. M. Moral aspects of place. Planning Theory, SAGE Publications, Los Angeles, London, New Delhi ad Singapore, Vol. 6, pp. 7-15. 2007.

SMITH, D. M. Back to the good life: towards na enlarged conception of social justice. Environment and Planning D. Society and Space, vol. 15, pp. 19-35. 1997.

SOJA, E. En busca de la justicia espacial. Traducción: Carmen Azcárraga. Tirant Humanidades,Valencia, 2014.

SOJA, E. The city and spatial justice [La ville et la justice spatiale, traduction: Sophie Didier, Frédéric Dufaux], justice spatiale | spatial justice | n° 01 septembre | september 2009. Disponível em: <https://www.jssj.org/wp-content/uploads/2012/12/JSSJ1-1en4.pdf> Acesso em: 19 jun. 2017.

SOJA, E. Para além de postmetropolis. Revista UFMG, Belo Horizonte, v. 20, n.1, p.136-167, jan./jun. 2013. Disponível em: https://www.ufmg.br/revistaufmg/downloads/20/7-para_alem_da_postmetropolis_edward_soja.pdf. Acesso em: 23 nov. 2016.

SOUZA, M. L. de. A prisão e a ágora: reflexões em torno da democratização do planejamento e da gestão das cidades. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

SOUZA, Marcelo Lopes de. 'Proteção ambiental para quem? A instrumentalização da ecologia contra o direito á moradia'. Mercator (Fortaleza. Online), v. 14, p. 25-44, 2015.

ZORZANELLO, L. B.; SILVA, M. O processo de emancipação político-administrativa como propulsor de justiça espacial: o caso de Goioxim e Marquinho no estado do Paraná. GEOSUL (UFSC), v. 31, p. 181-200, 2016.

Downloads

Publicado

2020-07-14

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

BRULE, David Melo Van Den. As diversas abordagens de justiça espacial na geografia. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), São Paulo, Brasil, v. 24, n. 2, p. 297–316, 2020. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2020.168714. Disponível em: https://revistas.usp.br/geousp/article/view/168714.. Acesso em: 23 nov. 2024.