Políticas Públicas e Geografia: a retomada de um debate
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2014.81093Mots-clés :
Políticas públicas, Território, Escala local, Gestão, ParticipaçãoRésumé
Este texto propõe uma reflexão acerca da retomada do tema das políticas públicas no campo da Geografia. Parte-se da premissa de que as políticas públicas são construídas a partir de questões elaboradas e reconhecidas como públicas, a partir do confronto de interesses e de projetos divergentes, em recortes territoriais bem definidos e identificáveis. Neste sentido, busca-se problematizar as possíveis contribuições do geógrafo, como profissional e intelectual, em contextos de rearranjo dos espaços políticos e abertura de novos canais e recortes territoriais para o debate e a ação pública. À luz de processos de descentralização, das noções em voga de políticas públicas territoriais, participação e governança territorial, encaminha-se a discussão a partir de três eixos principais: temático, epistemológico e metodológico. Por fim, procura-se situar o debate no contexto brasileiro.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
ALMEIDA, M. H. T. Federalismo, democracia e governo no Brasil: ideias, hipóteses e evidências. BIB – Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, São Paulo, n. 51, p.13-34, 2001.
AMIN, A.; THRIFT, N. Globalization, institutional thickness and local prospects. Revue d`Économie Régionale et Urbaine, n. 3, 1999.
ARENDT, H. O que é política? Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
ARRETCHE, M. Estado federativo e políticas sociais: determinantes da descentralização. Rio de Janeiro: Revan/São Paulo: Fapesp, 2000.
BANKS, M.; MACKIAN, S. Jump in, the waters warm: a comment on Peck’s “grey geography”. Transactions of the Institute of British Geographers, n. 25, p. 249-254, 2000.
BENNET, R. J. The Geography of Public Finance: welfare under fiscal federalism and local government finance. London/New York: Methuen, 1980.
BOYER, R.; GUMUCHIAN, H.; GRASSET, E. et al. Les acteurs, ces oubliés du territoire. Paris: Anthropos/Economica, 2003.
BREMAEKER, F. As dificuldades enfrentadas pelos prefeitos de pequenos municípios. Rio de Janeiro: Ibam/Ibamco, 1997.
BUSSI, M. Pour une géographie de la démocratie. L’Espace Politique, v. 1, n. 1, 2007. Disponível em:<http://espacepolitique.revues.org/index243.html>. Acesso em: 29 fev. 2013.
CASTRO, I. E. Escalas federativas de decisão política no Brasil: limites institucionais do desenvolvimento regional. In: BICALHO, A. M.; GOMES, P. C. C. (Orgs.). Questões metodológicas e novas temáticas na pesquisa geográfica. Rio de Janeiro: Publit, 2009. p. 9-26.
CASTRO, I. E. Geografia e política: territórios, escalas de ação e instituições. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
COPPOCK, J. T. Geography and Public Policy: Challenges, Opportunities and Implications. Transactions of the Institute of British Geographers, n. 63, p. 1-16, nov. 1974.
CORNWALL, A.; COELHO, V. S. (Eds.). Spaces for Change? The Politics of Citizen Participation in New Democratic Arenas. London: Zed, 2006.
COSTA, W. M. Política e território em tempos de mudanças globais. Tese (Livre-Docência em Geografia Política) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
DOUILLET, A. C. Les politiques contractuelles de développement local en milieu rural. In: FAURE, F.; DOUILLET, A. C. (Dirs.). L’action publique et la question territoriale. Grenoble : Presses Universitaires de Grenoble, 2005. p. 75-92.
GILLY, J. P.; PECQUEUR, B. La dimension locale de la régulation. In: BOYER, R.; GUMUCHIAN, H.; GRASSET, E. et al. Les acteurs, ces oubliés du territoire. Paris: Anthropos/Economica, 2003.
HALL, P. A.; TAYLOR, R. C. R. La science politique et les trois néo-institutionnalismes. Revue Française de Science Politique, v. 47, n. 3, 1997. p. 469-496.
HARVEY, D. What kind of geography for what kind of public policy? Transactions of the Institute of British Geographers, n. 63, p. 18-24, 1974.
JOUVE, B. Le “Political Rescaling” pour théoriser l’Etat et la compétition territoriale en Europe. In: FAURE, A.: LERESCHE, J.-P.; MULLER, P.; NAHRAT, S. (Orgs.). Action Publique et Changements d’Echelles: les nouvelles focales du politique. Paris: L’Harmattan, 2007. p. 45-55.
LELOUP, F.; MOYART, L.; PECQUEUR, B. La gouvernance territoriale comme un nouveau mode de coordination territoriale?Géographie, Économie, Société. v. 7, p. 321-332, 2005.
LEVY, J. Le tournant géographique: penser l’espace pour lire le monde. Paris: Belin, 1999.
MANN, M. Has globalization ended the rise and rise of nation-State? In: COX, K. (Ed.). Political Geography: critical concepts in the social sciences. London/New York: Routledge, 2005. p. 113-136.
MANN, M. The autonomous power of the State (1984). In: AGNEW, J. (Ed.). Political Geography: a reader. London/New York/Sidney: Auckland/Arnold, 1997. p. 58-81.
MANN, M. The sources of social power: the rise of classes and nation-States, 1760-1914. Cambridge: Cambridge University Press, 1988.
MARTIN, R. Geography and public policy: the case of missing agenda. Progress in Human Geography, v. 25, n. 2, p.189-210, 2001.
NORTH, D. Institution, Institutional Change and Economic Performance. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
OFFE, C.; FUCHS, S. Se halla en declive el capital social? El caso alemán. In: PUTNAM, R. (Ed.). El declive del capital social: un estudio internacional sobre las sociedades y el sentido comunitario. Barcelona: Galáxia, 2003.
O’NEIL, M. M. As bases territoriais institucionais: novas configurações no espaço nordestino. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
PECK, J. Grey geography? Transactions of the Institute of British Geographers, v. 24, p. 131-135, 1999.
PLANCHE, J. Société civile: un acteur historique de la gouvernance. Paris: Charles Léopold Mayer, 2007.
PUTNAM, R. Bowling alone: the decline and revival of American Community. New York: Simon and Schuster, 2000.
PUTNAM, R. Comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996.
RODRIGUES, J. N. La coopération intercommunale: regards croisés entre la France et Le Brésil. Tese (Doutorado em Geografia e Planejamento Territorial) – Université Jean Moulin Lyon, Lyon, 2010.
RODRIGUES, J. N. A importância do município como escala de gestão no Brasil contemporâneo. Monografia (Bacharelado em Geografia) – Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
ROSIERE , S. Comprendre l’espace politique. L’Espace Politique, v. 1, n. 1, 2007. Disponível em:<http://espacepolitique.revues.org/index223.html>. Acesso em: 28 fev. 2013.
SAFATLE, V. A esquerda que não teme dizer seu nome. São Paulo: Três Estrelas, 2012.
SOUZA, C. Políticas públicas: uma revisão de literatura. Sociologias, Porto Alegre, n. 16, p. 20-45, 2006.
SOUZA, M. A prisão e a ágora: reflexões em torno da democratização do planejamento e da gestão das cidades. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
SOUZA, M. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao planejamento e à gestão urbanos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
TARTARUGA, I.; HEIDRICH, A. Algumas considerações sobre geografia, gestão das cidades e participação. Porto Alegre: Fundação de Economia e Estatística, 2007. Disponível em: <http://www.fee.tche.br/sitefee/download/tds/008.pdf > Acesso em: 10 jul. 20013.
THOENIG, J. C. Les politiques publiques. In: GRAWTZ, M. ; LECA, J. (Dirs.). Traité de science politique, tome 4. Paris: PUF, 1985.
WARD, K. Geography and public policy: towards public geographies. Progress in Human Geographies, v. 30, n. 4, p. 495-503, 2006.
ZILIO, R. Democratizando o espaço e o poder: participação popular e espaço político nas cidades gêmeas de Santana do Livramento-Rivera. Boletim Gaúcho de Geografia, v. 37, n.1, p. 151-162, 2010.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Juliana Nunes Rodrigues 2014
Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho com licença de uso da atribuição CC-BY, que permite distribuir, remixar, adaptar e criar com base no seu trabalho desde que se confira o devido crédito autoral, da maneira especificada por CS.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer altura antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).