A Geografia em ação: as lógicas de colonização do território brasileiro a partir das controvérsias epistemológicas sobre a nova localização da sua capital (1947-1955)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2024.202036Palavras-chave:
Brasília, epistemologia, controvérsias, sítios e situação, colonizaçãoResumo
Este artigo analisa as reflexões de um grupo de geógrafos sobre a escolha da nova localização de Brasília e as lógicas de planejamento regional. Reúnem-se em 1947 duas comissões de cientistas no seio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Conselho Nacional de Geografia (CNG) para explorar o Planalto Central e discutir a nova localização. A primeira delas é liderada por Francis Ruellan, geomorfólogo francês, e a outra por Leo Waibel, geógrafo da economia, alemão naturalizado norte-americano. Essas duas lideranças acabaram por representar polos das controvérsias técnico-científicas. Com base na metodologia de Bruno Latour, as controvérsias são vistas como a possibilidade de se observarem nítidos projetos políticos e de colonização do Brasil em oposição, assim como observar a própria performatividade da ciência geográfica, ou seja, sua capacidade de construir territórios. A questão que guiou essa pesquisa foi: com qual lógica epistemológica o Brasil foi colonizado?
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