Acentos de sentido na normatização da curricularização da extensão universitária

Resumo

Em dezembro de 2018, o Conselho Nacional de Educação Superior, órgão do Ministério da Educação, publicou a Resolução n° 7 (Brasil, 2018b), documento que modificou as atividades extensionistas no ensino superior, tornando-as curriculares. A partir desse momento, respostas institucionais normativas a esse documento passaram a ser divulgadas, entre elas a Resolução n° 340 (UFMS, 2021), do Conselho de Graduação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Este trabalho objetiva, principalmente, analisar as relações dialógicas entre esse documento e os acentos de sentido depreendidos da Resolução nº 7 do CNE, considerando as diferenças entre seus contextos de idealização e publicização. A análise justifica-se pela importância que têm tais documentos, entendidos como enunciados concretos, para o planejamento da extensão dos cursos de graduação da UFMS, bem como pela escassez de publicações sobre o tema. A perspectiva utilizada na análise seguiu as premissas do círculo de Bakhtin, com destaque ao método sociológico (Volóchinov, 2021[1929]) e à teoria dos gêneros (Bakhtin, 2010 [1979]). Evidenciamos o dialogismo presente no horizonte ideológico da Resolução n° 340 (UFMS, 2021), ao reverberar alguns acentos de sentido da Resolução n° 7 (Brasil, 2018b), ao mesmo tempo em que silencia outros.