A gênese das hostilidades entre o Irã e os Estados Unidos.
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2446-5240.malala.2020.163089Palavras-chave:
Irã, Mohammad Mossadeq, Petróleo, Reza Pahlavi, Operação AJAXResumo
Este trabalho procura entender o que levou o Irã a passar de um papel de “aliado” ao de um “inimigo” dos Estados Unidos. Busca entender como as hostilidades que passaram a existir somente entre Irã e Estados Unidos foram produzidas como uma “ameaça” para toda “comunidade internacional”. O ponto de ruptura entre estas nações ocorreu, segundo a visão norte-americana, no ano de 1979 com a chamada Revolução Iraniana – e, por conseguinte, com o sequestro da embaixada americana no Irã-, em contrapartida o momento de ruptura desta relação na visão iraniana se deu em 1953 com o Golpe de Estado que depôs o primeiro-ministro Muhammad Mossadeq. Este trabalho tenta desnaturalizar essa imagem “ameaçadora” que o Irã tem na “comunidade internacional”, que, cria as condições de possibilidade para práticas violentas dirigidas a esse Estado. Para isso, será utilizada a teoria pós-colonial, uma vez que os autores pós-coloniais acreditam que a dominação econômica do Ocidente sobre o Oriente, viabilizada principalmente pelo colonialismo, foi capaz de abarcar também a dominação cultural destes povos.
Downloads
Referências
AZZIMI, Fakhreddin. Iran: The Crises of Democracy – From The Exile of Reza Shah to The
Fall of Mussadiq. New York: I.B Taurius & Co Ltd, 2009.
ABRAHAMIAN, Ervand. IRAN: Between Two Revolutions. New Jersey: Princeton University
Press, 1983.
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Vídeo disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=ZUt-
LR1ZWtEY. Acesso em: 10 de outubro de 2013.
ALVES, Tamires Maria. A Construção retórica de uma ameaça – o caso iraniano. REALIS -
Revista de Estudos Antiutilitaristas e Pós-coloniais – Universidade Federal de Pernambuco.
Vol 9, nº 2, pp. 145 – 171, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/realis/
article/view/242939 Acesso em 10/02/2020.
ALVES, Tamires Maria. Sobre o Irã e o Islam. Revista Breviário de Filosofia Pública – Universidade
Federal Fluminense. Número 170, pp. 79 - 86. Dezembro 2018. Disponível em:
https://estudoshumeanos.com/2018/12/13/sobre-iran-e-o-islam/ Acesso em: 12/03/2020.
ALVES, Tamires Maria. A Ameaça Iraniana em Xeque: uma leitura pós-colonial sobre o Irã.
Dissertação de Mestrado (Relações Internacionais). PUC-Rio. 2013.
AYOOB, Mohammed. Defining Security: a subaltern realist perspective. In Critical Security
Studies, edited by Keith Krause and Michael C. Williams. Minneapolis, MN: University of
Minnesota Press, 1997.
AYOOB, Mohammed. “Political Islam: Image and Reality”. World Policy Journal, September
, vol 21 issue (3): pp. 1-14.
AXWORTHY, Michael. Empire of the Mind – A History of Iran. New York: Basic Books, 2008.
BELLAIGUE, Chistopher de. Patriot of Persia. New York: Harper Collins Publishers, 2012.
BYRNE, Malcolm; GASIOROWSKI, Mark J. Mohammad Mossaddeq and the 1953 Coup in Iran.
Syracuse University Press, 2004.
COSTA, Renato. A INFLUÊNCIA DOS ULEMÁS XIITAS NAS TRANSFORMAÇÕES POLÍTICAS
OCORRIDAS NO IRÃ DURANTE O SÉCULO XX – O WILAYAT AL-FAQIH E O PRAGMATISMO
DOS AIATOLÁS COMO INVIABILIZADORES NA EXPANSÃO DA REVOLUÇÃO IRANIANA. Tese
de doutorado, FFLCH, USP, 2013.
COOK, Alethia & ROSHANDEL, Jalil. The United States and Iran: Policy Challenges and Opportunities.
New York: PALGRAVE MACMILLAN, 2009.
DARBY, Phillip and PAOLINY, A. J. “Bridging International Relations and Postcolonialism”.
-397, 1994.
DOTY, Roxanne L. “Foreign policy as social construction: a post-positivist analysis of U.S.
counter-insurgency policy in the Philippines”. International Studies Quarterly, v. 37, n. 3,
p. 297-320, 2003.
GORDON, Matthew. Os grandes líderes: Khomeini. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1987.
FOUCAULT, Michael. A Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1986.
FOUCAULT, Michael. As Palavras e as Coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
FOUCAULT, Michael. Vigiar e punir. Nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.
HALLIDAY, Fred. Iran: Dictadura y Desarrolo. México D.F: Fondo de Cultura Económica, 1981.
HANSEN, Lene. Security as Practice: Discourse Analysis and the Bosnian War. New York. 2006.
HIRO, Dilip. Iran under the Ayatollahs. London: Routlefgr & Kegan Paul, 1985.
JABRI, Vivienne. “Michel Foucault’s Analytics of War: The Social, the International, and the
Racial”. International Political Sociology, v. 1, n. 1, p. 67-81, 2007.
JERVIS, Robert. “Cooperation under security dilemma”. World Politics, v. 30, n. 2, p.167-
, 1978.
KEENE, Edward. Beyond the Anarchical Society: Grotius, Colonialism and Order in World
Politics. Nova York: Cambridge University Press, 2002.
KEEGAN, John. Uma História da Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 1995
KINCH, Penelope. The US-Iran Relationship: The Impacto f Political Identity on Foreign Policy.
Londres, Nova York: I.B Tauris & Co. Ltd, 2016.
MILLIKEN, Jennifer. “The Study of Discourse in International Relations: A Critique of
Research and Methods”. In European Journal of International Relations, 1999.
LEWIS, Bernard. O Oriente Médio: do advento do cristianismo aos dias de hoje. São Paulo:
Jorge Zahar Editor, 1996.
LEWIS, Bernard. “I’m right, you’re wrong, go to hell. Religions and the meeting of civilization”.
Atlantic Monthly, 2003.
LEWIS, Bernard. O que deu errado no Oriente Médio?. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.
LIMBERT, John W. Negotiating with Iran: Wresting the Ghosts of History. Washington, D.C:
United States Institute of Peace Press. 2009.
MCLEOD, John. Beginning Postcolonialism. New York: Manchester University Press, 2010.
MEIHY, Murilo Sebe Bon. Por Devoção à República: Nação e Revolução no Irã entre 1979 e
Dissertação de mestrado, PUC-Rio, 2007.
MESSARI, Nizar. “Existe um novo cenário de segurança internacional?”. In: GOMES, José
Maria (org.). América Latina y el (des)orden neoliberal – hegemonia, contrahegemonia,
perspectivas. Buenos Aires: CLACSO, p. 131-150, 2003.
MOTTAHEDEH, Roy. The Mantle of the Prophet: Religion and Politics in Iran. Oxford: Taylor
and Francis Ltd., 2004.
NOGUEIRA, João Pontes & MESSARI, Nizar. Teoria das Relações Internacionais: correntes e
debates. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2005.
PAHLAVI, Mohamed Reza. The White Revolution of Iran. s/l, The Imperial Pahlavi Library,
PAZZINATTO, Alceu Luiz & SENISE, Maria Helena Valente. História Moderna e Contemporânea.
São Paulo: Editora Ática, 1994.
PINTO, Paulo. G. H. D. R. “Ritual, etnicidade e identidade religiosa nas comunidades muçulmanas
no Brasil”. Revista USP, São Paulo, p. 228-250, setembro/novembro 2005. ISSN 67.
RACHLIN, Nahid. Garotas da Pérsia. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.
SAID, Edward W. Orientalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
SAID, Edward W. Cultura e Resistência. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 2006.
SAID, Edward W. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
SAID, Edward W. A Pena e a Espada. São Paulo: Editora Unesp, 2013.
SALAMA, Mohammad R. Islam: Orientalism and Intellectual History. London – New York: I.
B. Tauris, 2011.
SCHMITTCHEN, Dirk; STRITZEL, Holger. Securitization culture and power: rogue states in US
and German discourse. In Thierry Balzacq ‘Securitization Theory’. London: Routledge, 2011.
THE NEW YORK TIMES. Disponível em:
com/library/world/mideast/082053iran-army.html>. Acesso em: 20 de maio de 2012.
U.S DEPARTMENT OF DEFENSE. Disponível em: <http://www.defense.gov/transcripts/
transcript.aspx?transcriptid=4295>. Acesso em 13 de abril de 2013.
US DEPARTMENT OF STATE. Disponível em: <http://www.state.gov/>. Acesso em: 19 de
maio de 2013.
WEIL, Josef, (org.). O Oriente Médio na perspectiva marxista. São Paulo: Editora Sundermann,
WILBER, Donald N. Regime Change in Iran: Overthrow of Premier Mossadeq of Iran. November
– August 1953. CS Historical Paper. Nº 208. Spokesman, 2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Tamires Maria Alves

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Esta revista oferece acesso livre ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento. Não será cobrado nenhum tipo de taxa ao longo do processo de submissão de trabalhos e publicação da revista, bem como para leitura, download, cópia, distribuição, impressão, pesquisa ou referência após sua publicação. Leitores e partes interessadas são livres para compartilhar (copiar ou distribuir o material em qualquer mídia e formato) e para transformar ou adaptar partes do material desde que para uso não comercial e desde que o crédito apropriado seja dado ao autor e à Revista, indicando de que forma os dados foram utilizados e/ou manipulados.