Hermenêutica e linguagem: não é possível pensar sem palavras
DOI:
https://doi.org/10.11606/1982-8837e250001Palavras-chave:
razão, linguagem, hermenêutica, filosofia clássica alemã, filosofia da linguagemResumo
O artigo percorre o início das discussões sobre a nascente filosofia da linguagem na Alemanha do século XIX a partir da compreensão cada vez mais difundida de que é impossível pensar sem palavras, de que razão é o mesmo que linguagem. Daí surgem algumas perspectivas fundamentais que se complementam e contrapõem para compreender o que é a linguagem. Seria ela um distanciamento do mundo real e objetivo à medida que reduz as coisas a conceitos e signos? Ou seria ela a qualidade exclusivamente humana de criar um mundo paralelo ao mundo natural, fruto da liberdade e da razão? Os problemas dessas duas concepções não são pequenos, mas alguns autores, como F. Schlegel e F. Schleiermacher, propõem uma resposta original para os paradoxos em que a linguagem nos enreda. No final das contas, é impossível pensar fora da linguagem e, por isso, é preciso encontrar um caminho nela e a partir dela.
Downloads
Referências
BERNER, Christian. “‘Interpréter est un art.’ Les grandes lignes de l’herméneutique de Schleiermacher ”. In: WOTLING, P (org.). L’interprétation. Paris: Vrin, 2010.
BÍBLIA. Bíblia de Jerusalém. Nova edição ampliada e revisada. São Paulo: Paulus, 2002.
CESARE, Donatella Di. “Anmerkungen zu Novalis’ Monolog”. Athenäum, v. 5, 1995.
CÍCERO. Dos deveres. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
HERDER, Johann Gottfried. Ensaio sobre a origem da linguagem. Lisboa: Editora Antígona, 1987.
HUMBOLDT, Wilhelm von. Über die Verschiedenheit des menschlichen Sprachbaues und ihren Einfluss auf die geistige Entwickelung des Menschengeschlechts. Berlin: Königliche Akademie der Wissenschaften, 1836.
JACOBI, Friedrich H. F. H. Jacobi Briefwechsel 1782-1784. (JBW 1/3). Stuttgart-Bad Cannstatt: Frommann Holzboog, 1987.
JACOBI, Friedrich H. David Hume über den Glauben oder Idealismus und Realismus. Ein Gespräch (JWA 2,1). Hamburg: Felix Meiner, 2004.
JACOBI, Friedrich H. Sobre a doutrina de Espinosa em cartas ao senhor Moses Mendelssohn. Campinas: Editora UNICAMP, 2021.
MAUTHNER, Fritz. O avesso das palavras. História da cultura e crítica da linguagem, 1901-1924. São Paulo: Ed. 34, 2024.
NASCIMENTO, Luís. “Estudo introdutório: o estranho e o comum - linguagem e interpretação em Schleiermacher”. In: SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e linguagem. São Paulo: Editora Clandestina, 2016.
RINGLEBEN, Joachim. 2013. “Schrift als „fester Buchstab“ und Geist. Einige sprachphilosophische Einsichten”. In: Geist und Buchstabe. DE GRUYTER, 2013. p. 225-240. Disponível em: <https://doi.org/10.1515/9783110311334.225>.
SCHLEGEL, Friedrich. “Über die Unverständlichkeit”. In: Kritische Friedrich-Schlegel-Ausgabe. Erste Abteilung: Kritische Neuausgabe, v. 1, n. 2, 363-373. München; Paderborn; Wien; Zürich: Kritische Friedrich-Schlegel-Ausgabe; Erste Abteilung: Kritische Neuausgabe, 1967.
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Ermeneutica. Editado por Massimo Marassi. Milano: Rusconi, 1996.
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e linguagem. São Paulo: Editora Clandestina, 2016.
SUZUKI, Márcio. “O duplo desterro de Fritz Mauthner”. In: Mauthner, Fritz. O avesso das palavras. História da cultura e crítica da linguagem, 1901-1924. São Paulo: Ed. 34, 2024.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Pandaemonium Germanicum

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.