“Vivendo no paraíso”: processos de urbanização e condomínios de luxo na terra do agronegócio
DOI:
https://doi.org/10.11606/xypwnt13Keywords:
Antropologia Urbana, Dourados, segregação, condomínio, fechado, agronegócioAbstract
O trabalho reflete sobre algumas transformações urbanas na cidade de Dourados, no estado de Mato Grosso do Sul. Iniciada há mais ou menos uma década, tem sido considerável a expansão de condomínios fechados de alto padrão. O fenômeno não é exclusividade da cidade, mas tem algumas particularidades. Neste artigo, focamos no mais recente e luxuoso dentre eles, bem como nos aspectos moderno e cosmopolita que recobrem o empreendimento. Os dados foram produzidos a partir de um trabalho de campo junto às redes sociais do condomínio, por meio dos mecanismos publicitários a ele associados. Nosso objetivo é analisar as relações entre as novas formas de ocupação urbana de Dourados e as raízes colonizadoras e fundiárias que forjaram o mito do colono da terra no imaginário douradense.
Downloads
References
ACSELRAD, Henry. Ambientalização das lutas sociais – O caso do movimento por justiça ambiental. Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, 2010. DOI: 10.1590/S0103-40142010000100010.
ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Editora Pólen, 2019.
AMARAL, Adriana; NATAL, Geórgia; VIANA, Lucina. “Netnografia como Aporte Metodológico da Pesquisa em Comunicação Digital”. Revista Sessões do Imaginário, v.2, n.20: 34-40, 2008
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993
BOURDIEU, Pierre. Casa Kabyle ou o Mundo às avessas. São Paulo: Cadernos de campo, n.8, 1972. DOI: 10.11606/issn.2316-9133.v8i8p147-159.
BRAGA, Gibran Teixeira. “Prazeres Incômodos: trajetórias de homens negros no universo do homoerotismo virtual”. Gênero na Amazônia, v. 1: 147-163, 2015. DOI: 10.18542/rcga.v0i6.13204.
CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de Muros: Crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Edusp, 2000.
CONCEIÇÃO, Willian Luiz da. Branquitude: Dilema Racial Brasileiro. Rio de Janeiro: Papeis Selvagens, 2020.
DOMINGOS, Nuno; PERALTA, Elsa (orgs.). Cidade e Império - Dinâmicas Coloniais e Reconfigurações Pós-Coloniais. Lisboa: Edições 70, 2013.
CRUZ, Valter C. Geografia e pensamento descolonial: notas sobre um diálogo necessário para a renovação do pensamento crítico. In, Geografia e Giro Descolonial: Experiências, ideias e horizontes de renovação o pensamento do pensamento crítico, 2017.
GLASS, Ruth. Introduction to London: Aspects of Change. London. Center for Urban Studies, 1963. DOI: 10.1007/BF02233417.
KOZINETS, Robert V., 2014. Netnografia: realizando pesquisa etnográfica online. Porto Alegre: Penso.
LEITE, ROGERIO, P. Espaço e Poder: Os processos de Gentrification. In: Paisagens Socioculturais Contemporâneas. Centro de Estudos Sociais de Coimbra: Portugal. 2014.
LENHARO, Alcir. A terra para quem nela não trabalha (a especulação com a terra no oeste brasileiro nos anos 50). In: Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 6, n. 12, p. 47-64, 1986a.
LENHARO, Alcir. Colonização e Trabalho no Brasil: Amazônia, Nordeste e Centro-Oeste. Campinas: Ed. Unicamp, 1986b.
MEDEIROS, Sara Raquel Fernandes Queiroz de. Segregação e Gentrificação: Os conjuntos habitacionais em Natal. Natal: Editora UFRN, 2018.
MENEZES, Ana Paula. Colônia Agrícola Nacional de Dourados – História Memória: Considerações acerca da construção de uma memória oficial sobre a CAND na Região da Grande Dourados. História em Reflexão: Revista Eletrônica de História, v.05, n.9, 2011.
MITCHELL, J. Clyde. A dança kalela: aspectos sociais entre africanos urbanizados na Rodésia do Norte. In Bela Feldman-Bianco (org.) Antropologia das sociedades contemporâneas. São Paulo: Editora Unesp, 2010.
MOURA, Clovis. Dialética Radical do Brasil Negro. São Paulo: Editora Anita, 1994.
NAGLIS, Suzana Gonçalves Batista. Marquei aquele lugar com o suor do meu rosto: Os colonos da Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND) – 1943 – 1960. Dourados: Editora UFGD, 2014.
NOVELI, Marcelo, 2010. “Do off-line para o on-line: a netnografia como um método de pesquisa ou o que pode acontecer quando tentamos levar a etnografia para a Internet?”. Metodista, 6 (12) 107-133.
PACHECO, Tania. Desigualdade, injustiça ambiental e racismo: Uma luta que transcende a cor. Racismo Ambiental. 2006. Disponível em: <https://racismoambiental.net.br/textos-e-artigos/desigualdade-injustica-ambiental-e-racismo-uma-luta-que-transcende-a-cor/>. Acesso em 02/09/2020.
QUIJANO, Anibal. A colonialidade de poder, eurocentrismo e América Latina. In:
LANDER, E. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais latino-americanas.
Buenos Aires: CLACSO, 2005.
RABINOW, Paul. Revisiting the Colonial Past in Morocco. New York: Routledge, 2013.
RAMOS, Alberto Guerreiro. Introdução crítica à sociologia brasileira. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1995. DOI: 10.2307/3538119.
RIAL, Carmem, 2004. “Antropologia e mídia: breve panorama das teorias de comunicação”. Antropologia em primeira mão, Florianópolis, v.; n. 1, p. 4-64
SANTOS, Boa Ventura S. Gramática do tempo: por uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2006
SILVA, Valfrido. Sonhos e pesadelos: Mato Grosso do Sul 30 anos. Dourados: Editora e Gráfica Seriema, 2007.
SILVA, Lays Helena P. S. Ambiente e justiça: sobre a atualidade do conceito de racismo ambiental o contexto brasileiro. E-cardernos CES. 2012.
SMITH, Neil. Gentrification, the Frontier, and the Restructuring of Urban Space. In: Readings in Urban Theory edited by Susan S. Fainstein and Scott Campbell. Cambridge: Massachussets. 1996.
VELHO, Gilberto. A utopia urbana: Um estudo em Antropologia Social. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1978.
VELHO, Gilberto. Projeto e Metamorfose: Antropologia das Sociedades Complexas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2023 Ezequias Freire Milan, Guilherme Passamani
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
