Pelo bairro: um exercício descritivo da prostituição de travestis no Jardim Itatinga
DOI:
https://doi.org/10.11606/54cwet81Keywords:
antropologia urbana, prostituição, travestis, heterotopia, violência policialAbstract
Neste artigo o exercício descritivo é também abordagem metodológica e objetivo analítico. Em diálogo direto com a noção de heterotopia de Michel Foucault, o bairro vai se apresentando como tal, em uma particular relação de autonomia e ligação com outros espaços. Desse exercício, vai se delineando a conformação do bairro relacionada à prática da prostituição, em arranjos de estabelecimentos diversos e focando na prática de travestis que lá realizam programas. A centralidade da prostituição para o bairro fica evidente também pelo relato de violência policial ocorrida em 2013 como forma de retaliação, suspendendo as atividades econômicas. O argumento percorrido é da indissociabilidade analítica quanto às vivências de travestis, enquanto profissionais do sexo e especificamente no bairro Jardim Itatinga (Campinas -SP).
References
AGIER, Michel. Antropologia da cidade: lugares, situações, movimentos. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2011.
AGUSTÍN, Laura M. La industria del sexo, los migrantes y la familia europea. In:
Cadernos Pagu (25), 2005.
FOUCAULT, Michel. O corpo utópico; As heterotopias. São Paulo: n-1 Edições, 2013a.
. De espaços outros. Revista Estudos Avançados vol.27, n79. 2013b.
FRÚGOLI JR, Heitor. A questão da centralidade em São Paulo: o papel das associações de caráter empresarial. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, 16, 2001.
HELENE, Diana. “A invenção do Jardim Itatinga: o planejamento urbano e a Prostituição”. 28a Reunião Brasileira de Antropologia, 2012, São Paulo.
MAZZARIOL, Regina Maria. Mal necessário: ensaio sobre o confinamento da prostituição na cidade de Campinas. Dissertação de mestrado, Unicamp, 1976.
MCCLINTOCK, Anne. Couro Imperial; raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas, Editora da Unicamp, 2010.
NASCIMENTO, Silvana de S. “Corpo-afeto, corpo-violência: experiências na prostituição de estrada na Paraíba”. Revista Ártemis, Vol. XVIII nº 1; jul-dez, 2014.
PELÚCIO, Larissa. Abjeção e desejo: uma etnografia travesti sobre o modelo preventivo de aids. 2009
SANTOS, Paulo Reis dos. Entre necas, peitos e picumãs: subjetividade e construção identitária das travestis do Jardim Itatinga. Unicamp, 2008.
SILVA, Hélio. Travesti: a invenção do feminino. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993.
SKACKAUSKAS, Andreia. Prostituição, gênero e direitos: noções e tensões nas relações entre prostitutas e Pastoral da Mulher Marginalizada. UNICAMP, 2014.
SOUSA, Francisca Ilnar. O Cliente: o outro lado da prostituição. Fortaleza, AnnaBlume, 1998.
STRATHERN, Marilyn. O efeito etnográfico e outros ensaios. São Paulo: CosacNaify, 2014.
TAVARES, Aline G. C. A organização da Zona: notas etnográficas sobre relações de poder na zona de prostituição Jardim Itatinga, Campinas –SP. Unicamp, 2014.
TEIXEIRA, Flávia B. L’italia dei divieti: entre o sonho de ser europeia e o babado da prostituição. In: Cadernos Pagu (31), 2008.
WITTIG, Monique. The Straight Mind: and other essays. 1992.
ZANZOTTI, Maria Isabel. Nas margens do corpo, da cidade e do estado: educação, saúde e violência contra travestis. Usp, 2015.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2017 Letizia Patriarca
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.