“Banho de Sangue”: expressões corporais, artísticas e políticas nos espaços urbanos de Teresina
DOI:
https://doi.org/10.11606/xjzx7h81Palabras clave:
artivismo, interseccionalidades, corpo, Teresina, banho de sangueResumen
Entre os anos de 2018 e 2020, logo antes da pandemia de Covid-19 impor medidas de isolamento e distanciamento social em todo o mundo, a performance “Banho de Sangue” foi realizada em diferentes espaços da cidade de Teresina, estado do Piauí. Ela foi idealizada e realizada por Luzia Amélia Marques, uma mulher negra, ativista, bailarina e performer teresinense. A performance teve como intenção, em todas as suas edições, denunciar e problematizar as violências sofridas por parte da população. O objetivo deste artigo é apontar quais foram os espaços da cidade que foram transformados em palco para disputas políticas e sociais. Para alcançar nosso objetivo iremos primeiro a) apresentar cada um dos momentos onde o “Banho de Sangue” foi apresentado, indicando as motivações para a sua realização; segundo, b) discutir, a partir da categoria de interseccionalidades (Collins, 2021) quais são as implicações e os desdobramentos do “Banho de Sangue”. Por fim, mostraremos a importância das cidades serem percebidas enquanto lócus privilegiados para disputas políticas que envolvem as lutas por moradia urbana, bem como lutas antirracistas e feministas.
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