Tentam nos vestir de noiva: sete queertografias paulistanas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.11606/djr0qh53

Palabras clave:

memória, apagamento, espaços, minorias, imagem

Resumen

Neste trabalho evidenciamos o processo de apagamento da memória de lugares outrora associados a minorias sexuais na cidade de São Paulo. São antigos locais de homossociabilidade, de experimentação de sexualidades e gêneros, de possibilidades não normativas de construção das subjetividades. Foram locais de enfrentamento e resistência à cisheteronormatividade dominante, verdadeiras “manchas” da e na cidade de São Paulo. Hoje, são espaços que sofrem o apagamento dessa memória, obra da sujeição aos ditames do mercado imobiliário que os quer rentáveis, e à heteronorma, que os quer imaculados e inodoros. A técnica usada para produzir o ensaio é o que chamamos de “queertografia”: a sobreposição de fotos atuais e antigas, por meio da qual memórias queer ou LGTBQIA+ ressurgem como aura fantasmagórica que resiste e recusa o apagamento.

Biografía del autor/a

  • Emerson Silva Meneses, Universidade de São Paulo

    Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Mudança Social e Participação Política, Escola de Artes, Ciências e Humanidades - Universidade de São Paulo. São Paulo - SP - Brasil

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Publicado

2024-07-24

Cómo citar

Meneses, E. S. (2024). Tentam nos vestir de noiva: sete queertografias paulistanas. Ponto Urbe, 32(1), e226830. https://doi.org/10.11606/djr0qh53