O sucesso e a crise da onda identitária no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.178846Palabras clave:
Multiculturalismo, política identitária, racismo, reacionárioResumen
Os experimentos inspirados pelo multiculturalismo e as práticas culturais ao redor das medidas de ação afirmativa tiveram seu momento de glória no período 2002-2016, dentro de uma nova configuração que criou oportunidades para um momento identitário centrado na valorização, na patrimonialização e no reconhecimento de formas culturais subalternas, oriundas de grandes setores da sociedade historicamente discriminados. Este ensaio avalia os termos-chave e algumas das dinâmicas desse processo, para logo identificar alguns novos pontos de inflexão que têm levado a uma crise dele, gerada tanto pelas próprias fraquezas internas ao processo quanto pelo perigoso ataque conservador ao ideário multiculturalista e ao direito à diversidade.
Descargas
Referencias
AGIER, Michel, 2001. “Distúrbio identitários em tempos de globalização”. Mana, vol. 7, 2, 7-33.
ARRUTI, Jose Mauricio, 2014. “Etnicidade”, em Livio Sansone e Claudio Alves Furtado orgs. Dicionário crítico das ciências sociais dos países de fala oficial portuguesa, Salvador: Edufba: 199-214.
BACCHETTA, Paola, 2009. ”Conformações/Coproduções: Considerações sobre poder, sujeitos subalternos, movimentos sociais e resistência” em Carmen Susana Tornquist, Clair Castilhos Coelho, Mara Coelho de Souza Lago, Teresa Kleba Lisboa orgs. Leituras de resistências – corpo, violência e poder. Florianopolis: Editora Mulheres, 49-74.
BANTON, Michael 1983. Racial and Ethnic Competition. London: Cambridge University Press.
BILGE, Sirma, 2015. “Le blanchiment de l’intersectionnalité”, Recherches féministes, vol. 28, nº 2 : 9-32.
BARTH, Frederik, [1969] 2004. “Grupos e fronteiras étnicas”, em: Jocelyne Streiff-Fenart e Philippe Poutignat orgs. Teoria da etnicidade, São Paulo: Edusp.
BOUTELDJA, Houria, 2016. “Raça, classe e gênero: uma nova divindade de três cabeças”, Cadernos de Gênero, Vol. 02, N. 02 - Jul. - Dez., 4-9.
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela 2009. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify.
CASTELLS, Manuel, 2000. The Rise of the Network Society (The Information Age: Economy, Society and Culture, Volume 1). Londres: Blackwell.
COHEN, Abner, 1974. Urban Ethnicity. London: Tavistock.
DAVIS, Angela 1981. Women, Race and Class. New York: Vintage Books.
DAVIS, Darien, 1999. Afro-Brazilians: Time for Recognition. London: Minority Rights Group Report.
DO NASCIMENTO, Abdias, 1978. O genocídio do negro brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
DZIDZIENYO, Anani; CASAL, L, 1979. The Position of Blacks in Brazilian and Cuban Society, London: Minority Rights Group Report.
FRASER, Nancy, 2002. “Redistribuição ou reconhecimento? Classe e status na sociedade contemporânea”. Interseções, UERJ, ano 4, n.1, p. 7-32.
FRENCH, Jan, 2009. Legalizing Identities: Becoming Black or Indian in Brazil's Northeast, Chapel Hill (NC): UNC Press.)
HALL, Stuart, 1982. The Empire Strikes Back. Race and Racism in 70’s Britain. London: Routledge.
HASENBALG, Carlos, [1979] 2015. Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. Segunda Edição. Belo Horizonte: EDUFMG.
HERSKOVITS, Melville, 1941. The Myth of the Negro Past. Boston: Beacon Press.
HILL COLLINS, Patricia, 2013. “Where Do We Go From Here?” em Patricia Hill Collins, On Intellectual Activism, Philadelphia, Temple university Press, 2013, pp.230-243.
HONNETH, Axel, 2003. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos
Sociais. Tradução Luiz Repa. São Paulo: Editora 34.
KLEIN, Naomi, 1999. No logo, Toronto: Knopf.
LIFSCHITZ, Javier, 2011. Comunidades tradicionais e neocomunidades. Rio de Janeiro: Contracapa.
LILLA, Mark, 2017. The Once and Future Liberal: After Identity Politics. New York: Harper & Row.
LIMA, MÁrcia, 2010. “Ações afirmativas no governo Lula”. Novos Estudos Cebrap 87, 77-95.
MACDONALD, J. and L. MACDONALD 1978. “The black family in the Americas: a review of the literature”, Race Relations Abstracts 3. London: Sage, 1-42.
MACLEAN, Kate, 2019. “Fashion in Bolivia’s cultural economy”, International Journal of Cultural Studies, 22: 2, 213-228.
MACHADO, Rosana Pinheiro, 2018. “Da esperança ao Ódio: Juventude, Política e Pobreza do Lulismo ao Bolsonarismo”. Cadernos IHU Ideias (UNISINOS), v. 16, p. 3-15.
MACHADO, Rosana Pinheiro, 2019. “Brasil em transe: bolsonarismo, nova direita e desdemocratização”. Rio de Janeiro: Oficina Raquel.
MAIO, Marcos Chor, 2000. “The UNESCO Project: Social Sciences and Race Studies in Brazil in the 1950s”. Portuguese Literary & Cultural Studies, Darmouth, MA - USA, v. 4/5, p. 51-64.
MARTINS FERNANDES, Felipe Bruno, 2011. A agenda anti-homofobia na educação brasileira (2003-2010). Santa Catarina, Tese de doutorado no programa interdisciplinar em ciências humanas, UFSC.
MELUCCI, Alberto, 1996. Challenging Codes: Collective Action in the Information Age, Cambridge: Cambridge University Press.
MOURA, Clovis, 1959. Rebeliões da senzala: quilombos, insurreições, guerrilhas. S. Paulo: Lech Editora.
PEREIRA, Claudio e SANSONE, Livio, 2007. Projeto Unesco no Brasil: Textos Críticos. Salvador: Edufba.
RESTREPO, Eduardo, 2019. Ideología de género, irrupciones cristianas y derechización em Colombia, Salvador (BA), conferência no âmbito do XX Curso Avançado Fábrica de Ideias, 26 de agosto/6 de setembro.
SALLES, Augusto, 2014. “Ações Afirmativas nos Governos FHC e Lula: um Balanço”, Revista Tomo 24, 37-84.
SANSONE, Livio, 1998. “Racismo sem Etnicidade: Políticas Públicas e Discriminação Racial em Perspectiva Comparada”. Dados, vol.41, no.4, p.751-783
SANSONE, Livio, 2003. “Multiculturalismo, Estado e modernidade: as nuanças em alguns países europeus e o debate no Brasil”. Dados, vol.46, no.3, p.535-556.
SANSONE, Livio, 2003 a. Negritude sem etnicidade. Salvador/Rio de Janeiro: Pallas/Edufba.
SANSONE, Livio, 2004. “Jovens e oportunidades: as mudanças na década de 1990 - variações por cor e classe”, em Carlos Hasenbalg e Nelson do Valle Silva orgs. Origens e Destinos. Desigualdades sociais ao longo da vida. Rio de Janeiro: Topbooks, 245-280.
SANSONE, Livio, 2007. Antiracism in Brazil. NACLA Report,
SANSONE, Livio, 2007a. “Que multi-culturalismo para o Brasil”, Ciência e Cultura 59, 2: 24-29.
SANSONE, Livio, 2014. “Raça”. In SANSONE, Livio e ALVES FURTADO, Claudio (orgs.). Dicionário crítico das ciências sociais dos países de fala oficial portuguesa. Salvador: Edufba: 393-412.
SANSONE, Livio, 2017. “Fragile Heritage and Digital Memory in Africa”. In FARNETTI, Paolo Bertella and DAU NOVELLI, Cecilia (orgs.). Images of Colonialism and Decolonization in the Italian Media, Cambridge: Cambridge Scholars Publishing, 8-35.
SANSONE, Livio, 2019. “From planned oblivion to digital exposition: the Digital Museum of Afro-Digital Heritage”, In LEWI, Hanna e. a. eds. The Routledge International Handbook of New Digital Practices, Londres: Routledge, 131-142.
SEGATO, Rita, 2012. “Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial”, E-Cadernos CES 18.
TALCOTT, Parsons, 1969. “The Problem of Polarization on the Axis of Color”, In FRANKLIN, John Hope ed. Color and Race, Boston: Beacon Press, 349-371.
WAGLEY, Charles, 1952. Race and Class in Rural Brazil. Paris: Unesco.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Revista de Antropologia
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publicam na Revista de Antropologia concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).