Individualidade e produção do feminino através da moda urbana Lolita
DOI:
https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2021.184475Palavras-chave:
Individualidade, gênero, Lolita, performance, indumentáriaResumo
Este texto resulta de um exercício etnográfico realizado junto a seguidores brasileiros da moda urbana Lolita, estilo japonês criado na década de 1970 e inspirado no vestuário de bonecas vitorianas combinado com elementos da cultura pop nipônica. A estética se difundiu a partir dos anos 1990. Exploro a experiência de vestir Lolita e, através desta, a percepção de si e a produção de individualidades associadas à performance de gênero. Procuro demonstrar como esta indumentária específica reitera o excesso como signo do feminino, mesmo quando usada sobre corpos de homens.
Downloads
Referências
ANDERSON, Benedict. [1983] 2008. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo, Companhia das Letras.
APPADURAI, Arjun. [1994] 1999. “Disjunção e diferença na economia cultural global”. In FEATHERSTONE, Mike (org.). Cultura global. Petrópolis, Editora Vozes, pp. 311-328.
BOURDIEU, Pierre. [1979] 2008. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre, RS, Zouk.
BOURDIEU, Pierre e DELSAUT, Yvette. [1975] 2008. “O costureiro e sua grife: contribuição para uma teoria da magia”. In BOURDIEU, Pierre. A produção da crença: contribuição para uma economia dos bens simbólicos. Porto Alegre, RS, Zouk, pp. 113-190.
BRITO, Bruna Perrella. “Alice no País das Maravilhas: uma crítica à Inglaterra vitoriana”. Centro de Comunicação e Letras, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo. Disponível em: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCL/projeto_todasasletras/inicie/BrunaBrito.pdf. Acesso em 7 de setembro de 2016.
BUTLER. Judith. 1988. “Performative acts and gender constitution: an essay in phenomenology and feminist theory”. Theatre Journal n. 40: 519-531. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/3207893. Acesso em 6 de agosto de 2009.
CAMPBELL, Colin. [1987] 2001. A ética romântica e o espírito do consumismo moderno. Rio de Janeiro, Rocco.
CAMPBELL, Colin. 2005. “The craft consumer: culture, craft and consumption in a postmodern society”. Journal of Consumption Culture n. 5: 23-42.
COOMBES, Kimberlee. 2016. Consuming Hello Kitty: saccharide cuteness in Japanese society. Boston, Dissertação de mestrado, Wellesley College. Disponível em: repository.wellesley.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1527&context=thesiscollection. Acesso em 20 de junho de 2016.
DEBERT, Guita Grin. 2010. “A dissolução da vida adulta e a juventude como valor”. Horizontes Antropológicos (34), jul./dez.: 49-70.
DUMONT, Louis. 1985 O individualismo: uma perspectiva antropológica da ideologia moderna. Rio de Janeiro, Rocco.
FOUCAULT, Michel. [1984] 1985. A história da sexualidade: o cuidado de si. Rio de Janeiro, Graal.
GAGNÉ, Isaac. 2008. “Urban Princesses: performance and women’s language in Japan’s Gothic/Lolita subculture”. Journal of Linguistic Anthropology n. 18: 130-150.
GODART, Frédéric. 2012. Sociología de la moda. Buenos Aires, Edhasa.
GOMES, Laura Graziela e LEITÃO, Débora Krischke. 2018. “Gênero, sexualidade e experimentação de si em plataformas digitais on-line”. Civitas, Porto Alegre, v. 18, n. 1, jan./abr.: 171-186.
HANNERZ, Ulf. 1997. “Fluxos, fronteiras, híbridos: palavras-chave da antropologia transnacional”. Mana, Rio de Janeiro: 7-39. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131997000100001&lng=en&nrm=iso. Acesso em 27 out. 2016.
MAGNANI, José Guilherme Cantor. 2009. “Etnografia como prática e experiência”. Horizontes Antropológicos, v. 32, jul./dez.: 129-156.
MELLO E SOUZA, Gilda de. 1987. O espírito das roupas: a moda do século dezenove. São Paulo, Companhia das Letras.
MILLER, Daniel. [2010] 2013. “Por que a indumentária não é algo superficial”. In: MILLER, Daniel. Trecos, troços e coisas: estudos antropológicos sobre a cultura material. Rio de Janeiro, Zahar, pp. 21-65.
MILLER, Daniel. 2012a. “Social networking sites”. In: MILLER, Daniel e HORST, Heather, A. (org.), Digital anthropology. Londres, Nova York, Berg, pp. 146-161.
MILLER, Daniel e HORST, Heather A. 2012b. “The digital and the human: a prospectus for digital anthropology”. In MILLER, Daniel e HORST, Heather, A. (org.), Digital anthropology. Londres, Nova York, Berg, pp. 3-35.
NABOKOV, Vladimir. [1955] 2011. Lolita. Rio de Janeiro, Objetiva.
RAINHO, Maria do Carmo Teixeira. 2002. A cidade e a moda. Brasília, Editora Universidade de Brasília.
RAMOS, Jair de Souza. 2015. “Subjetivação e poder no ciberespaço. Da experimentação à convergência identitária na era das redes sociais”. Vivência: Revista de Antropologia, n. 45: 57-76.
SAULQUIN, Susana. 2010. La muerte de la moda, el día después. Buenos Aires, Paidós.
SIMMEL, Georg. [1900] 2014. “A divisão do trabalho como causa da diferenciação da cultura subjetiva e objetiva”. In: SOUZA, Jessé; ÖELZE, Berthold (org.). Simmel e a modernidade. Brasília, Editora Universidade de Brasília, pp. 41-76.
SIMMEL, Georg. [1902] 1973. A metrópole e a vida mental. In: VELHO, Otávio Guilherme. O fenômeno urbano. Rio de Janeiro, Zahar Editores, pp. 11-25.
TAYLOR, Charles. 2001. Sources of the self: the making of the modern identity. Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press.
TAYLOR, Charles. 2011. A ética da autenticidade. São Paulo, Realizações.
VELHO, Gilberto. [1987] 2004. Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed.
VENCATO, Anna Paula. 2015. “Entre ‘reais’ e ‘virtuais’: noções sobre risco e verdade em um clube brasileiro de crossdressers”. Cadernos Pagu, n. 44: 367-390.
WINGE, Theresa. 2008. “Undressing and Dressing Loli: a search for the identity of the Japanese Lolita”. Mechademia (3), Minnesota, University of Minnesota Press, pp. 47-63.
ZAMBRINI, Laura. 2010. “Modos de vestir e identidades de género: reflexiones sobre las marcas culturales en el cuerpo”. Revista de Estudios de Género Normadías, n. 11: 130-149.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista de Antropologia
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista de Antropologia concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).