Determinantes do say on pay em empresas brasileiras de capital aberto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2022.189983

Palavras-chave:

Governança corporativa, Say on pay, Desempenho, Remuneração executiva, Voto à distância

Resumo

Este artigo examina como o desempenho, a remuneração e a governança corporativa se relacionam com a rejeição de propostas de remuneração no Brasil. Mudanças regulatórias aumentaram a divulgação da remuneração e introduziram o voto à distância, permitindo a coleta manual de novas informações em 895 atas de assembleias e em 1.074 boletins de votação. A amostra compreende 179 empresas brasileiras entre 2015 e 2018. Variáveis ​​dependentes de rejeição foram regredidas usando modelos logit considerando um painel de dados de efeitos aleatórios, bem como com o método de quase-verossimilhança de Bernoulli. O percentual de empresas com propostas rejeitadas é inferior a 3%, nível tão baixo quanto o reportado internacionalmente. O desempenho tem relação positiva com a rejeição de propostas de remuneração. Talvez os investidores acreditem que o bom desempenho incentive o abuso do acionista majoritário. Certos aspectos da remuneração são mais importantes do que o valor total para explicar as taxas de rejeição, o que pode indicar certa capacidade do investidor em analisar além da remuneração total. A qualidade da governança corporativa tem relação positiva, enquanto a concentração do controle está negativamente associada às rejeições. O grau de dificuldade para conseguir rejeitar uma proposta pode explicar esse resultado. Os resultados mostram às empresas um investidor atento aos incentivos perversos que o bom desempenho pode representar, que analisa a proposta de remuneração em diversos aspectos e que vota contrariamente em ambientes de governança mais favoráveis. Este último aspecto sugere que melhorar a regulamentação da governança corporativa e expandir as oportunidades de participação são caminhos eficazes para permitir mais voz aos acionistas.

Downloads

Referências

Alissa, W. (2015). Boards’ response to shareholders’ dissatisfaction: the case of shareholders’ say on pay in the UK, European Accounting Review, vol. 24 n. 4, pp. 727–752.

Cai, J. & Walkling, R.A. (2011). Shareholders’ say on pay: does it create value?, Journal of Financial and Quantitative Analysis, vol. 46 n. 2, pp. 299–339.

Canil, J., & Karpavičius, S. (2020). Compensation consultants: Does reputation matter? Journal of Corporate Finance, 64, 101633. https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2020.101633

Conyon, M. J. & Sadler, G. (2010). Shareholder voting and directors’ remuneration report legislation: say on pay in the UK, Corporate Governance: An International Review, vol. 18 n. 4, pp. 296–312.

Conyon, M. J. (2016). Shareholder dissent on say-on-pay and CEO compensation, working paper, Rochester, NY: Social Science Research Network, SSRN Scholarly Paper n. ID 2748645.

Core, J. E., & Guay, W. (2002). Estimating the value of employee stock option portfolios and their sensitivities to price and volatility, Journal of Accounting Research, vol. 40 n. 3, pp. 613–630.

Core, J. E., Guay, W., & Larcker, D. F. (2008). The power of the pen and executive compensation, Journal of Financial Economics, vol. 88 n. 1, pp. 1–25.

Core, J. E., Holthausen, R. W., & Larcker, D. F. (1999). Corporate governance, chief executive officer compensation, and firm performance, Journal of Financial Economics, vol. 51 n. 3, pp. 371–406.

Correa, R., & Lel, U. (2016). Say on pay laws, executive compensation, pay slice, and firm valuation around the world, Journal of Financial Economics, vol. 122 n. 3, pp. 500-520.

Crisóstomo, V. L., & Brandão, I. F. (2019). The ultimate controlling owner and corporate governance in Brazil, Corporate Governance: The International Journal of Business in Society, 19(1), 120–140. https://doi.org/10.1108/CG-01-2018-0043

Denis, D. K., Jochem, T., & Rajamani, A. (2020). Shareholder Governance and CEO Compensation: The Peer Effects of Say on Pay, The Review of Financial Studies, 33(7), 3130–3173. https://doi.org/10.1093/rfs/hhz104

Duarte, B. E., & Leal, R. P. C. (2021). Principal-principal conflicts leading to activism of a large government-owned investor in Brazil, Corporate Governance and Organizational Behavior Review, 5(1), 15–21. https://doi.org/10.22495/cgobrv5i1p2

Ertimur, Y., Ferri, F., & Muslu, V. (2011). Shareholder activism and CEO pay, Review of Financial Studies, vol. 24 n. 2, pp. 535–592.

Ertimur, Y., Ferri, F., & Oesch, D. (2013). Shareholder votes and proxy advisors: evidence from say on pay, Journal of Accounting Research, vol. 51 n. 5, pp. 951–996.

Ferri, F., & Maber, D. A. (2013). Say on pay votes and CEO compensation: evidence from the UK, Review of Finance, vol. 17 n. 2, pp. 527–563.

Fisch, J. E., Palia, D., & Solomon, D. (2018). Is say on pay all about pay? The impact of firm performance, Harvard Business Law Review, vol. 8 n. 1, pp. 101-129.

Guimarães, P., Leal, R. P. C., Wanke, P., & Morey, M. (2018). Shareholder activism impact on efficiency in Brazil, Corporate Governance: The international journal of business in society, 19(1), 141–157. https://doi.org/10.1108/CG-01-2018-0010

Hall, B. J., & Knox, T. A. (2004). Underwater options and the dynamics of executive pay-to-performance sensitivities, Journal of Accounting Research, vol. 42 n. 2, pp. 365–412.

Jensen, M. C., & Murphy, K. J. (1990). Performance pay and top-management incentives, Journal of Political Economy, vol. 98 n. 2, pp. 225–264.

Krause, R., Whitler, K. A., & Semadeni, M. (2014). Power to the principals! An experimental look at shareholder say-on-pay voting, Academy of Management Journal, vol. 57 n. 1, pp. 94–115.

Leal, R. P. C., Carvalhal, A. L., & Iervolino, A. P. (2015). One Decade of Evolution of Corporate Governance Practices in Brazil, Brazilian Review of Finance, 13(1), 134–161. https://doi.org/10.12660/rbfin.v13n1.2015.50904

Lozano-Reina, G., & Sánchez-Marín, G. (2020). Say on pay and executive compensation: A systematic review and suggestions for developing the field, Human Resource Management Review, vol. 30 n. 2, 100683.

Miceli da Silveira, A., P. C. Leal, R., L. Carvalhal‐da‐Silva, A., & Barros, L. A. B. C. (2010). Endogeneity of Brazilian corporate governance quality determinants, Corporate Governance: The international journal of business in society, 10(2), 191–202. https://doi.org/10.1108/14720701011035701

Obermann, J., & Velte, P. (2018). Determinants and consequences of executive compensation-related shareholder activism and say-on-pay votes: A literature review and research agenda, Journal of Accounting Literature, vol. 40 n. 1, pp. 116–151.

Papke, L. E., & Wooldridge, J. M. (1996). Econometric methods for fractional response variables with an application to 401(k) plan participation rates, Journal of Applied Econometrics, vol. 11 n. 6, pp. 619–632.

Papke, L. E., & Wooldridge, J. M (2008). Panel data methods for fractional response variables with an application to test pass rates, Journal of Econometrics, vol. 145 n. 1-2, pp. 121–133.

Santos, R. C., Orso, L. É., Machado, M. C. R., & Sousa, A. M. R. (2019). Foreign investors? The effects of the property structure and legal system as mechanisms of corporate governance in Brazilian regulated companies, Corporate Governance: The International Journal of Business in Society, 19(5), 1082–1116. https://doi.org/10.1108/CG-02-2019-0072

Stathopoulos, K., & Voulgaris, G. (2016). The importance of shareholder activism: The case of say-on-pay research, Corporate Governance: An International Review, vol. 24 n. 3, pp. 359–370.

Terra, P. R. S., & Funchal, J. (2010). Compensação de executivos: aspectos de governança corporativa e desempenho empresarial, Bitencourt, C. C. (Ed.), Gestão Contemporânea de Pessoas, Bookman, Porto Alegre, Brasil, pp. 217-238.

Thomas, R. S., & Cotter, J. F. (2007). Shareholder proposals in the new millennium: Shareholder support, board response, and market reaction, Journal of Corporate Finance, vol. 13 no. 2–3, pp. 368–391.

Van der Elst, C., & Lafarre, A. (2017). Shareholder voice on executive pay: A decade of Dutch say on pay, European Business Organization Law Review, vol. 18 n. 1, pp. 51–83.

Vargas, L. H. F., Bortolon, P. M., Barros, L. A. B. C., & Leal, R. P. C. (2018). Recent activism initiatives in Brazil, International Journal of Disclosure and Governance, vol. 15 n. 1, pp. 40–50.

Wintoki, M. B., Linck, J. S., & Netter, J. M. (2012). Endogeneity and the dynamics of internal corporate governance. Journal of Financial Economics, 105(3), 581–606. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2012.03.005

Publicado

2022-11-18

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Sorensen, I. R. L. ., & Bortolon, P. M. (2022). Determinantes do say on pay em empresas brasileiras de capital aberto. Revista De Contabilidade E Organizações, 16, e189983. https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2022.189983

Dados de financiamento