Curiosidade em ruínas: discurso curatorial e imaginários populares dissidentes
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-677X.rum.2023.217085Palavras-chave:
Exposição, Museus, DecolonialidadeResumo
Este artigo adota como ponto de partida algumas questões fundadoras do campo de estudos dedicado às histórias das exposições. Objetiva-se, a partir de tal repertório teórico-conceitual, refletir sobre dois processos que adquirem relevância diante do lugar privilegiado da cultura nas disputas narrativas contemporâneas: por um lado, propõe uma análise dos esforços institucionais e curatoriais de descolonização dos acervos e das narrativas contadas por meio da exposição de importantes coleções; por outro, reconhece a diversidade de regimes escópicos que marcam o contexto latino-americano contemporâneo, instaurando uma zona de indeterminação e constante negociação entre o projeto colonial e científico de museu e imaginários populares dissidentes.
Downloads
Referências
AINSA, F. De la Edad de Oro al El Dorado: génesis del discurso utópico americano. México: FCE, 1998.
BAUDRY, J-L. Cinema: efeitos ideológicos produzidos pelo aparelho de base. In: XAVIER, I. (Org.). A experiência do cinema: antologia. Rio de Janeiro: Graal: Embrafilmes, 1983. p. 383-399.
BELTING, H. O fim da história da arte. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1987.
BIRNBAUM, D.; WALLENSTEIN, S-O. Spacing Philosophy: Lyotard and the Idea of the Exhibiton. Berlim: Sternberg Press, 2019.
BRUNO, F. Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2013.
CINTRÃO, R. As montagens de exposições de arte: dos Salões de Paris ao MoMA. In: RAMOS, A. D. (Org.). Sobre o ofício do curador. Porto Alegre: Zouk, 2010. p. 15-41.
COLETTA, R. D.; SALDAÑA, P. Governo quer transformar Museu Nacional em Palácio Imperial. Folha de S.Paulo, São Paulo, 26 mar. 2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/03/governo-quer-transformar-museu-nacional-em-palacio-imperial-e-deixar-acervo-fora.shtml. Acesso em: 13 out. 2023.
DANTO, A. C. Após o fim da arte: a arte contemporânea e os limites da história. São Paulo: Odysseus, 2006.
FERRAZ, M. C. F. Contribuições do pensamento de Michel Foucault para comunicação. Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 69-83, 2005. DOI: 10.1590/rbcc.v28i2.383.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.
JAY, M. Scopic Regimes of Modernity. In: FOSTER, H. (Ed.). Vision & Visuality. Seattle: Bay Press, 1988. p. 3-27.
LIMA, A. C.; CHIOVATTO, M. M. (Coords.). Arte no Brasil: uma história na Pinacoteca de São Paulo. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2011.
O’DOHERTY, B. Inside the White Cube: L’ideologia dello spazio espositivo. Monza: Johan & Levi, 2012.
PEDROSA, A.; PROENÇA, L. Concreto e cristal: o acervo do Masp nos cavaletes de Lina Bo Bardi. Rio de Janeiro: Cobogó; São Paulo: Masp, 2015.
PICCOLI, V. (Coord.). Pinacoteca: acervo – guia de visitação. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2020.
POSSAS, H. C. G. Classificar e ordenar: os gabinetes de curiosidades e a história natural. In: FIGUEIREDO, B. G.; VIDAL, D. G. (Orgs.). Museus: dos gabinetes de curiosidades à museologia moderna. Belo Horizonte: Fino Traço, 2013. p. 159-170.
RANCIÈRE, J. The Emancipated Spectator. Nova York: Verso, 2009.
RANCIÈRE, J. Dissensus: On Politics and Aesthetics. Nova York: Continuum, 2010.
SANDBERG, M. B. Efígie e narrativa: examinando o museu de folclore do século XIX. In: CHARNEY, L.; SCHWARTZ, V. R. (Orgs.). O cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2004. p. 361-404.
SCHWARCZ, L. K. M. A “Era dos Museus de Etnografia” no Brasil: o Museu Paulista, o Museu Nacional e o Museu Paraense em finais do século XIX. In: FIGUEIREDO, B. G.; VIDAL, D. G. (Orgs.). Museus: dos gabinetes de curiosidades à museologia moderna. Belo Horizonte: Fino Traço, 2013. p. 119-143.
TUCHERMAN, I. Breve história do corpo e de seus monstros. Lisboa: Vega, 1999.
VIDAL JUNIOR, I. F. Corpo, percepção e valor no pensamento curatorial contemporâneo. Novos Olhares, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 76-87, 2019. DOI: 10.11606/issn.2238-7714.no.2019.162026.
VOLZ, J.; PICCOLI, V. (Orgs.). Grada Kilomba: desobediências poéticas. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2019.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Icaro Ferraz Vidal Junior, Mauricio de Bragança
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Declaro a total e irrestrita cessão de direitos autorais sobre o texto enviado para publicação na Rumores – Revista Online de Comunicação, Linguagem e Mídias. Entendo que o conteúdo do artigo é de minha inteira responsabilidade, inclusive cabendo a mim a apresentação de permissão para uso de imagens, ilustrações, tabelas, gráficos de terceiros que, porventura, venham a integrá-lo.