Estudo ergométrico evolutivo de portadoras de fibromialgia primária em programa de treinamento cardiovascular supervisionado

Autores

  • Lívia Maria dos Santos Sabbag Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina
  • Maristela Palácios Dourado Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina
  • Paulo Yasbek Júnior Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina
  • Neil Ferreira Novo Universidade Federal de São Paulo
  • Helena Hideko Seguchi Kaziyama Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina
  • Margarida Harumi Miyazaki Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina
  • Linamara Rizzo Battistella Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina https://orcid.org/0000-0001-5275-0733

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v7i1a102253

Palavras-chave:

Fibromialgia, Exercício Físico, Teste Ergométrico

Resumo

Fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica caracterizada por dor musculoesquelética generalizada1,2,3,4,5. Na última década, o exercício físico tornou-se promissor como opção terapêutica da síndrome6,7,8,9,10,11,12,13,14. Objetivo: avaliação ergométrica prospectiva de portadoras de fibromialgia primária (FP) em programa de treinamento cardiovascular supervisionado (TCS). Treze mulheres, média de idade de 48,9 anos, portadoras de FP, submeteram-se a teste ergométrico (TE) em esteira rolante, protocolo de Ellestad, no tempo zero, 3o e 6o meses de TCS. Os critérios de interrupção do TE foram cansaço e dor. Para o TCS, foi estabelecida uma faixa de 60% a 70% da freqüência cardíaca (FC) máxima, calculada pelo método de Karvonen. A assiduidade foi superior a 80% de 72 sessões, 3 vezes por semana, com duração de 60 minutos. Realizada a avaliação subjetiva da dor muscular e analisadas as variáveis do TE. Análise estatística: variância dos postos de Friedman e teste de comparações múltiplas15. Resultados: no 3o mês, houve aumento significativo da resposta cronotrópica. No 3o e 6o meses, foram significativos: aumento do tempo de exercício, capacidade funcional, trabalho total e diminuição da FC carga máxima comum. Não houve diferença significante da DPAS, duplo produto (DP), DP carga máxima comum e %FC máxima. Comparadas com o final do TE do tempo zero, a maior porcentagem de pacientes atingiu cargas mais elevadas e a mesma intensidade de dor no 3o e 6o meses de TCS. Conclusão: a partir do 3o mês de TCS, as portadoras de FP apresentaram maior tolerância à dor muscular e ao esforço, melhora da capacidade funcional cardiovascular e muscular periférica.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Fibromyalgia Consensus Conference. Copenhagen; 1992.

Fischer AA. Diagnóstico diferencial entre dolorimento à palpação e dor muscular. In: Imamura ST. Dor musculoesquelética: avanços no diagnóstico e tratamento. Sao Paulo: USP; 1995. p. 76-90.

Fischer AA. Differential diagnosis of muscle tenderness and pain. Pain Manag. 1991;30-6.

Wolf F, Smythe HA, Yunus MB. 1990. Criteria for the classification of fibromyalgia. Report of the Multicenter Criteria Committee. The American College of Rheumatology Arthritis Rheum. 1990;33.

Wolf F. Two muscle pain syndromes. Fibromyalgia and the myofascial pain syndrome. Pain Manag. 1990;3:153-64.

Jacobsen S, Samsoe BD. Isometric and isokinetic muscle strength in patients with fibrositis syndrome. Scand J Rheumatology. 1987;16:61-5.

Bennett RM. Physical fitness and muscle metabolism in the fibromyalgia syndrome: an overview. J Rheumatol. 1989;16(19):28-9.

Klug GA, McAuley E, Clark S. Factors influencing the development and maintenance of aerobic fitness: lessons applicable to the fibrositis syndrome. J Rheumatol. 1989;16(19):30-9.

Nichols DS, Glenn TM. Effects of aerobic exercise on pain perception, affect, and level of disability in individuals with fibromyalgia. Phys Ther. 1994;74:327-32.

Borenstein D. Prevalence and treatment outcome of primary and secondary fibromyalgia in patients with spinal pain. Spine. 1995;20:796-800.

Bakker C, Rutten M, Santen-Hoeufft M. Patient utilities in fibromyalgia and the association with other outcome measures. J Rheum. 1995;22:1536-43.

McCartney N, McKelvie RS, Martin J. Weighttraining- induced attenuation of the circulatory response of older males to weight lifting. J Appl Physiol. 1993;74(3):1056-60.

Rantanen P, Penttinen E, Kauppila S, Ruusila T. Cardiovascular stress in isokinetic trunk strength test. Spine. 1995;20(4):485-88.

Lurie M, Caidahl K, Johansson G, Bake B. Respiratory function in chronic fibromyalgia. Scand J Rehab Med. 1990;22:151-5.

Siegel S, Castellan Junior NJ. Nonparametrics statistics. 2nd ed. New York: Mc Graw-Hill; 988.

Wolf F. Fibrositis, fibromyalgia, and musculoskeletal disease: The current status of fibrositis syndrome. Arch Phys Med Rehabil. 1988;69:527-531.

Bennett RM. The fibromyalgia syndrome: myofascial pain and the chronic fatigue syndrome. In: Kelley WN. Textbook of Rheumatology. Philadelphia: Saunders Company; 1993. p. 471-83.

Granges G, Lottlejohn GO. A comparative study of clinical signs in fibromyalgia/fibrositis syndrome, Healthy and exercising subjects. J Rheumatol. 1993;20:344-51.

Mufson M, Regestein QR. The spectrum of fibromyalgia disorders. Arthritis and Rheumatism. 1993;36(5):647-50.

Tamler M, Meerschaert JR. Pain management of fibromyalgia and other chronic pain syndromes. Phys Med Rehabil Clin North Am. 1996;7:549-60.

Goldenberg DL. Rheumatic disease clinics of North America. Philadelphia: WB Saunders; 1996. p. 219-410.

Hyyppa MT, Kronholm E. Nocturnal motor activity in fibromyalgia patients with poor sleep quality. J Psychosomatic Res. 1995;39:85-91.

Jacobsen S. 31P Magmetic resonance spectroscopy of skeletal muscle in patients with fibromyalgia. J Rheumatol. 1992;19:1600-3.

Houvenagel E. La fibromyalgie: concepts pathogéniques. Rev Rhum. 1993;60(3):223-8.

Bennett R. Chronic widespread pain and the fibromyalgia construct. Rheumatic Pain Newsletter. 1999.

Durette M, Rodriguez AA, Agre JC. Needle electromyographic evaluation of patients with myofascial or fibromyalgic pain. Am J Phys Med Rehabil. 1991;70(3):154-6.

Jacobsen S, Bartels EM, Sansoe D. Single cell morphology of muscle in patients with chronic muscle pain. Scand J Rheumatol. 1991;20:336-43.

Jubrias AS, Bennett RM, Klug GA. Increased incidence of a resonance in the phosphodiester region of P nuclear magnetic resonance spectra in the skeletal muscle of fibromyalgia patients. Arthritis & Rheumatism. 1994;37(6):801-7.

Bruusgaard D, Evensen AR, Bjerkedal T. Fibromyalgia: a new cause for disability pension. Scand J Soc Med. 1993;21(2):116-9.

Henricksson CM. Longterm effects of fibromyalgia on every life - a study of 56 patients. Scand J Rheumatol. 1994;23:36-41.

Sabbag LMS, Dourado MP. Estudo ergométrico comparativo entre indivíduos portadores de fibromialgia primária e indivíduos normais sedentários. Acta Fisiátr. 1997;4(3):125-128.

Sabbag LMS, Dourado MP. Estudo ergométrico comparativo entre indivíduos portadores de fibromialgia primária e indivíduos normais sedentários. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 1998;8(4)(supl. B):30.

Sabbag LMS, Dourado MP. Comparative ergometric study between patients with primary fibromyalgia and normal sedentary controls. J Musculoskelet Pain. 1998;6(2):105.

Ellestad NH. Prova de esforço. 2nd ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 1984.

Alfieri RG, Duarte GM. Exercício e o coração. 2nd ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 1993.

Yazbek Junior P, Battistella LR. Condicionamento físico do atleta ao transplantado. São Paulo: Sarvier; 1994.

Astrand PO, Rodahl K. Textbook of work physiology. New York: McGraw-Hill; 1977.

American College Of Sports Medicine. Teste de esforço e prescrição de exercício. 4th ed. Rio de Janeiro: Revinter; 1996.

Pina IL. Interpretação do teste de esforço. Clin Cardiológicas. 1993;2:219-32.

Yazbek Junior P, Delnero E, Ortz J. Avaliação ergométrica da função ventricular esquerda. Arq Bras Cardiol. 1983;40(6):387-90.

Wasserman K, Wherpp B. Exercise physiology in health and desease. Am Rev Resp Dis. 1975;112:219.

Wasserman K. Dyspnea on exertion. JAMA. 1982;248(16):2039-986.

Weber KT, Kinasewitz GT, Janicki J, Fishman AP. Oxygen utilization and ventilation during exercise in patients with chronic cardiac failure. Circulation. 1982;65:1218-30.

Downloads

Publicado

2000-04-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Sabbag LM dos S, Dourado MP, Yasbek Júnior P, Novo NF, Kaziyama HHS, Miyazaki MH, et al. Estudo ergométrico evolutivo de portadoras de fibromialgia primária em programa de treinamento cardiovascular supervisionado. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de abril de 2000 [citado 25º de maio de 2024];7(1):29-34. Disponível em: https://revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/102253