Análise das forças de reação do solo durante a marcha de indivíduos sadios com e sem uso de calcanheiras corretivas

Autores

  • Ana Francisca Rozin Kleiner Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
  • Aline Araujo do Carmo Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
  • Regina Kletecke Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
  • Danielle Burgos Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
  • Marcio Ferreira de Souza Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
  • Ricardo Machado Leite de Barros Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20120001

Palavras-chave:

Marcha, Postura, Pronação, Supinação, pé

Resumo

O pé constitui a base de apoio e propulsão para a marcha. É conhecido que a supinação e a pronação excessiva ou prolongada podem alterar a mecânica da marcha. Assim, o uso de calcanheiras corretivas para o desvio do calcâneo (valgo/varo) tem sido recomendado. Objetivo: Deste estudo foi analisar a influência do uso de calcanheiras na marcha de indivíduos normais através da Força de Reação do Solo (FRS). Método: Participaram do estudo dez adultos (31,9 ± 6,7 anos, 65,9 ± 15,4 kg e 1,7 ± 0,1 m) sem alterações aparentes de marcha ou patologias com reflexo sobre o aparelho locomotor. Foram comparadas as seguintes condições de marcha: descalça, tênis e tênis com calcanheira. As variáveis dependentes foram as componentes vertical, médio-lateral e ântero-posterior da FRS. Para a análise estatística a ANOVA one-way com medidas repetidas no fator condição (descalço, tênis e calcanheira) foi empregada (α < 0,05). Foram reveladas diferenças estatisticamente significativas entre as condições descalço e calçado com tênis e calcanheira para a componente vertical da FRS na fase de contato inicial Fz1 (F2,59 = 3,4; p < 0,0406) e na fase de apoio terminal para a componente antero-posterior Fy2 (F2,59 = 3,63; p < 0,0332). Resultados: Esses indicam que o uso de calcanheiras aumenta o impacto vertical sobre o aparelho locomotor na fase de resposta à carga, provavelmente devido a sua maior rigidez comparada ao pé descalço ou calçado com tênis. A calcanheira alterou também o padrão de resposta da componente antero-posterior da FRS na fase de terminal do apoio, que corresponde à fase de aceleração/propulsão na marcha. Conclusão: Baseado apenas na análise das variáveis dinâmicas foi possível concluir que o uso de calcanheira não induziu aumento significativo de forças laterais que poderiam indicar redução da pronação ou supinação excessiva durante a fase de resposta à carga. O uso da calcanheira produziu efeito dinâmico significativo sobre a pronação/supinação apenas na fase propulsiva da marcha.

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Publicado

2012-03-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Kleiner AFR, Carmo AA do, Kletecke R, Burgos D, Souza MF de, Barros RML de. Análise das forças de reação do solo durante a marcha de indivíduos sadios com e sem uso de calcanheiras corretivas. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de março de 2012 [citado 17º de maio de 2024];19(1):1-5. Disponível em: https://revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103672