CIF ou CIAP: o que falta classificar na atenção básica?

Autores

  • Eduardo Santana de Araújo Faculdade Mario Schenberg
  • Sebastião Fernando Pacini Neves Secretaria Municipal de Saúde de Santo André, São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5935/0104-7795.20140010

Palavras-chave:

Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, Atenção Primária à Saúde, Classificação Internacional de Atenção Primária

Resumo

A Classificação Internacional de Atenção Primária (CIAP) tem sido, frequentemente, confundida com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) por se tratar de uma ferramenta que indica problemas relacionados à saúde, mas que não são doenças. Embora tenha sua importância reconhecida na atenção básica, a CIAP aponta, por exemplo, as razões para contato com serviços de saúde, informações clínicas por consulta e algumas intervenções. Em nenhum desses aspectos, a CIAP aborda a questão da funcionalidade e da incapacidade, tampouco, as relações dos fatores ambientais no desempenho humano. Sendo uma mera intermediária para a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), a CIAP não contempla todas as informações necessárias para um diagnóstico da situação de saúde e seus determinantes nas populações. Dessa forma, os gestores precisam conhecer a CIF de maneira mais aprofundada, já que trata-se de uma classificação referência da Organização Mundial da Saúde, sendo a verdadeira complementar da CID para informações populacionais. A CIF contém as características necessárias para estimular o trabalho trans-setorial, mas tem sido levada apenas para a atenção especializada, deixando-se de lado todo o potencial de sua aplicação na atenção primária.

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Publicado

2014-03-09

Edição

Seção

Tendências e Reflexões

Como Citar

1.
Araújo ES de, Neves SFP. CIF ou CIAP: o que falta classificar na atenção básica?. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de março de 2014 [citado 5º de maio de 2024];21(1):46-8. Disponível em: https://revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103827