Recusa ao trabalho, não-fazer e práticas de desidentificação nas artes visuais
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2025.215562Palavras-chave:
Recusa, Não-fazer, Trabalho, Artes visuais, ÓcioResumo
A recusa ao trabalho no âmbito das artes visuais assume historicamente duas principais formas. De um lado, há a recusa negativa, associada às práticas ociosas, improdutivas e ao não-fazer. De outro, há a recusa afirmativa ou reivindicatória, que almeja redesenhar certos contratos sociais, valores e identidades forjados pela divisão social
do trabalho alienado. O artigo procura dar contornos à tipologia proposta a partir de alguns exemplos pontuais e compreender que expressões as práticas de improdutividade e desidentificação poderiam assumir atualmente, considerando seus limites e certas transformações nos modos de produção e consumo dos últimos 50 anos.
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