A suspensão das suspensões: a “forma escolar” e a “ skholé ” em tempos de pandemia
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202349265127Palabras clave:
Remote teaching, COVID-19 Pandemic, School form, Skholé, TechnologyResumen
A pandemia de Covid-19 promoveu, a toque de caixa dada a urgência do momento, a transposição para plataformas digitais de atividades escolares planejadas originalmente para o contexto presencial. No entanto, a substituição da arena em que as aulas ocorrem não é irrelevante, e, neste artigo, pretende-se mostrar como as características tecnológicas dos aplicativos utilizados tensionam o que, nos últimos séculos, vem se entendendo como escola. Para tanto, propõe-se, em primeiro lugar, uma visita ao momento do ressurgimento da escola durante o Renascimento e a relação desse evento com uma tecnologia específica, a prensa de tipos móveis de Gutenberg — os saberes livrescos, então, instituem a escola como um espaço diferente dos ambientes familiares e sociais, dando origem ao que se convenciona chamar de “Forma Escolar”. A partir daí, o artigo avança na argumentação articulando esse conceito ao de skholé , que concebe a escola como um espaço de suspensão das lógicas que vinculam as crianças e os jovens a uma identidade fixa e incontornável. Essa suspensão permite a eles uma desidentificação em relação a destinos pré-determinados e uma experiência de igualdade, de experimentação de si. Por fim, contrastam-se esses conceitos de “Forma Escolar” e de skholé com as condições de realização do ensino remoto durante a pandemia, e se colocam algumas questões sobre o que se espera da escola enquanto projeto coletivo.
Descargas
Referencias
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2016.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 1978.
CARVALHO, José Sérgio Fonseca de. Um sentido para a experiência escolar em tempos de pandemia. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 45, n. 4, e109144, 2020. http://dx.doi.org/10.1590/2175-6236109144
» http://dx.doi.org/10.1590/2175-6236109144
CHARTIER, Roger. As práticas da escrita. In: CHARTIER, Roger (org.). História da vida privada 3: da Renascença ao Século das Luzes. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 113-162.
CORBIN, Alain. O segredo do indivíduo. In: PERROT, Michelle. História da vida privada IV: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 392-465.
LOUREIRO, Carine Bueira; VEIGA-NETO, Alfredo. Viver no mundo conectado: formação para além do “conteudismo produtivista”. Pro-Posições, Campinas, v. 33, e20200079, 2022
MACEDO, Renata Mourão. Direito ou privilégio? Desigualdades digitais, pandemia, e os desafios de uma escola pública. In: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 34, n. 73, p. 262-280, maio/ago. 2021.
MASSCHELEIN, Jan. Fazer escola: a voz e a via do professor. In: LARROSA, Jorge; RECHIA, Karen Christine; CUBAS, Caroline Jaques (org.). Elogio do professor. Belo Horizonte: Autêntica, 2021. p. 25-46.
MASSCHELEIN, Jan; SIMONS, Maarten. Em defesa da escola: uma questão pública. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999.
POSTMAN, Neil. Technopoly. New York: Vintage, 1993.
RANCIÈRE, Jacques. O dissenso. In: NOVAES, Adauto (org.). A crise da razão. Rio de Janeiro: Fundação Nacional de Arte, 1996. p. 367 - 382.
REBOUL, Olivier. Filosofia da educação. Lisboa: Edições 70, 2017.
VINCENT, Guy; LAHIRE, Bernard; THIN, Daniel. Sobre a história e a teoria da forma escolar. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 33, 2001. p. 7-47.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Educação e Pesquisa
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Los conceptos emitidos en los artículos son de exclusiva responsabilidad de sus autores y no reflejan necesariamente la opinión de la redacción.
Está permitida la reproducción total o parcial de los trabajos, siempre y cuando se indique explícitamente la fuente.