Afiliação dos estudantes negros e/ou de camada popular ao curso de medicina: uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202450260186porPalabras clave:
Afiliação, Estudante negro, Estudante de camada popular, Política de ação afirmativa, Curso de medicinaResumen
O presente artigo tem como tema a afiliação dos estudantes negros e/ou de camada popular ao curso de medicina e objetiva apresentar revisão de literatura realizada por meio de levantamento bibliográfico nos repositórios Catálogo de Teses & Dissertações, do portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Google Acadêmico. Foram utilizados os descritores “afiliação”, “estudante negro”, “estudante de camada popular”, “cotista”, “curso de medicina” e “Coulon”, conjugados com o operador lógico booleano “e”. As buscas privilegiaram a língua portuguesa, por se tratar do contexto universitário brasileiro e, após refinamento, considerando a delimitação temporal dos cinco últimos anos e a pertinência ao recorte epistemológico dado ao estudo, foram selecionadas 20 produções. Os resultados sugerem que os estudantes negros e/ou de camada popular ainda são os primeiros de suas famílias a ingressarem na universidade, que é percebida por eles como um espaço de ressignificação e mobilidade social. Questões raciais, sociais e econômicas perpassam por toda sua trajetória estudantil. É percebido um comprometimento da qualidade de vida desses estudantes para que consigam alcançar sucesso acadêmico. Assim sendo, considera-se a pertinência do acolhimento e da implicação da universidade no processo de afiliação do estudante negro e/ou de camada popular e da ausência da análise das relações de subalternidade no conceito de afiliação de Coulon.
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