Por uma pedagogia do arquivo: produção e disseminação do conhecimento na cultura digital
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202450268648Palabras clave:
Arquivo, Cultura digital, Formação, Pedagogia do arquivo, SemiformaçãoResumen
Atualmente, o arquivo não mais se limita a um espaço físico controlado por quem detém a produção e a reprodução do conhecimento, pois se transforma numa espécie de impulso cultural, na medida em que as pessoas se arquivam por meio de um fluxo incessante de compartilhamento de informações nas redes sociais. Seguindo essa linha de raciocínio tem-se, como objetivo deste artigo, refletir sobre os pressupostos filosófico-educacionais da pedagogia do arquivo, na sociedade na qual o capitalismo de vigilância determina a digitalização ubíqua das relações humanas e, portanto, a produção das informações que serão, ou não, arquivadas e propagadas pela internet. Para tanto, metodologicamente optou-se pela análise de textos de pesquisadores e pesquisadoras, tais como Featherstone, Livingstone, Kellner e Share, Beer, Van Dijck, Poell, e Vall, Buckingham, Zuboff, Flynn e Manovich, cujos estudos focaram nas ressignificações do arquivar-se na sociedade contemporânea. Na sociedade da memória digital, na qual se torna possível a lembrança de tudo, novas formas de esquecimento são produzidas, na medida em que as informações compiladas são descontextualizadas a ponto de se transformarem em fake news. Diante desse cenário, conclui-se que se torna imperativa a contextualização histórica das informações digitalmente produzidas. Mais do que nunca, torna-se necessário recuperar e compreender as causas dos acontecimentos digitalmente disseminados, sobretudo com a intenção de se fomentar engajamentos morais afeitos ao ato de arquivar-se como experiência formativa aumentada na cultura digital.
Descargas
Referencias
ADORNO, Theodor W. A indústria cultural. In: COHN, Gabriel (org.) Theodor W. Adorno. São Paulo: Ática, 1986. p. 92-100.
ADORNO, Theodor W. Studies in the authoritarian personality. In: ADORNO, Theodor W. Gesammelte schriften 9- soziologische schriften II - Erste Hälfte. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag, 1972. p. 143-508.
ADORNO, Theodor W. Teoria da semiformação. In: PUCCI, Bruno; ZUIN, Antônio; LASTÓRIA, Luiz (org.). Teoria crítica e inconformismo: novas perspectivas de pesquisa. Campinas: Autores Associados, 2010. p. 7-41.
ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 1986.
ALPAYDIN, Ethem. Machine learning. Cambridge: Mit Press, 2016.
BACON, Francis. Novum Organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza – Nova Atlântida. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
BEER, David. Popular culture and new media: the politics of circulation. New York: Palgrave Macmillan, 2013.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 2010.
BORGES, Jorge Luís. Ficções. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
BUCKINGHAM, David. The media education manifesto. Cambridge: Polity Press, 2019.
CAMBI, Franco. História da pedagogia. São Paulo: Unesp, 1999.
DERRIDA, Jacques. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
FEATHERSTONE, Mike. Archive. Theory, Culture & Society, London, v. 23, n. 2-3, p. 591-596, 2006. Disponível em: https://doi.org/10.1177/0263276406023002106 Acesso em: 10 jun. 2018. » https://doi.org/10.1177/0263276406023002106
» https://doi.org/10.1177/0263276406023002106
FLYNN, Paul. Towards a pedagogy of archival engagement. Archives and Records, London, v. 41, n. 2, p. 105-108, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1080/23257962.2020.1758048 Acesso em: 22 jun. 2023. » https://doi.org/10.1080/23257962.2020.1758048 » https://doi.org/10.1080/23257962.2020.1758048
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização: novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos (1930-1936). São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
GREENGARD, Samuel. The Internet of things. Cambridge: MIT Press, 2015.
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública: investigações sobre uma categoria da sociedade burguesa. São Paulo: Unesp, 2014.
HABERMAS, Jürgen. Reflections and hypotheses on a further structural transformation of the political public sphere. Theory, Culture & Society, London, v. 39, n. 4, p. 145-171, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1177/02632764221112341 Acesso em: 14 nov. 2022. » https://doi.org/10.1177/02632764221112341 » https://doi.org/10.1177/02632764221112341
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: que é esclarecimento. In: KANT, Immanuel. Textos seletos. Petrópolis: Vozes, 2005. p. 63-72.
KELLNER, Douglas; SHARE, Jeff. Educação para a leitura crítica da mídia, democracia radical e a reconstrução da educação. Educação & Sociedade, Campinas, v. 29, p. 671-715, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v29n104/a0429104.pdf Acesso em: 24 jun. 2017. » http://www.scielo.br/pdf/es/v29n104/a0429104.pdf
KITCHIN, Rob; DODGE, Martin. Code/Space: software and everyday life. Cambridge; London: Mit Press, 2011.
KOOPMAN, Colin. How we became our data: a genealogy of the informational person. Chicago; London: The University of Chicago Press, 2019.
LIVINGSTONE, Sonia. Media literacy and the challenge of new information and communication technologies. The Communicative Review, London, v. 7, n. 1, p. 3-14, 2010. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/10714420490280152 Acesso em: 25 nov. 2022. » https://doi.org/10.1080/10714420490280152 » http://dx.doi.org/10.1080/10714420490280152
MANOVICH, Lev. Cultural analytics. Cambridge; London: MIT Press, 2020.
MARCUSE, Herbert. Tecnologia, guerra e fascismo. São Paulo: Unesp, 1999.
MIORANDI, Daniele et al. Internet of Things: vision, applications and research challenges. Ad Hoc Networks, Amsterdam, n. 10, p.1497-1516, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.adhoc.2012.02.016 Acesso em 29 set. 2022. » https://doi.org/10.1016/j.adhoc.2012.02.016 » https://doi.org/10.1016/j.adhoc.2012.02.016
NIDA-RÜMELIN, Julian; WEIDENFELD, Nathalie. Digitaler humanismus: eine ethik für das zeitalter der künstlichen intelligenz. München: Piper, 2018.
NOBLE, Safya Umoja. Algorithms of oppression: how search engines reinforce racism. New York: New York University Press, 2018.
PARIKKA, Jussi. What is media archaeology? Cambridge: Polity, 2012.
SCHÖNBERGER, Victor Mayer. Delete: the virtue of forgetting in the digit age. Princeton: Princeton University Press, 2009.
SCHÖNBERGER, Victor Mayer; CUKIER, Kenneth. Big data: the essential guide to work, life and learning in the age of insight. London: John Murray Press, 2017.
SIMMEL, Georg. The concept and tragedy of culture. In: FRISBY, David; FEATHERSTONE, Michael. Simmel on culture. London: Sage, 1997. p. 55-75.
TÜRCKE, Christoph. Digitale gefolgshaft: auf dem weg in eine neue stammesgesellchaft. München: C.H. Beck Verlag, 2019.
TÜRCKE, Christoph. Sociedade excitada: filosofia da sensação. Campinas: Unicamp, 2010.
VAN DIJCK, José; POELL, Thomas; De WALL, Martijin. The plataforma society: public values in a connective world. New York: Oxford University Press, 2018.
ZUBOFF, Shoshana. Big other: capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização de informação. In: BRUNO, Fernanda et al. (org.). Tecnopolíticas da vigilância: perspectivas da margem. São Paulo: Boitempo, 2018. p. 17-69.
ZUBOFF, Shoshana. The age of surveillance capitalism: the fight for a human future at the new frontier of power. London: Profile Books, 2019.
ZUIN, Antônio; MELLO, Roseli Rodrigues. Por uma pedagogia da esperança e da autonomia na era da cultura digital. Pro-Posições, Campinas, v. 32, p. e20210110, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-6248-2021-0110 Acesso em: 17 maio 2023. » https://doi.org/10.1590/1980-6248-2021-0110 » https://doi.org/10.1590/1980-6248-2021-0110
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Educação e Pesquisa
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los conceptos emitidos en los artículos son de exclusiva responsabilidad de sus autores y no reflejan necesariamente la opinión de la redacción.
Está permitida la reproducción total o parcial de los trabajos, siempre y cuando se indique explícitamente la fuente.