PRORROGAÇÃO: Chamada para publicação - Caracol número 31
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Dossiê: Migrações de corpos, línguas e identidades
Na metade do século XX, o pensador martinicano Edouard Glissant criou nas Antilhas uma epistemologia diaspórica que abrangia o que chamou de créolisation, conceito por sua vez emprestado do poeta jamaicano Edward Kamau. Na fronteira dos Estados Unidos e México, Gloria Anzaldúa ressignificou a fronteira (1987) como um espaço poroso mas também conflitivo e a língua como local de mistura – na sua reivindicação do spanglish, por exemplo –Antonio Cornejo Polar pensou o discurso migrante como uma heterogeneidade não dialética (1996), radicalmente descentrado e multiplamente situado. No Brasil, o pretuguês de Lélia Gonzalez (1984) visibilizava na própria língua a experiência afro-brasileira. Mais recentemente, a linguista mixe Yásnaya A. Gil, entre outras, desenvolveu a noção de um “nós sem estado” (2019), baseado na autonomia dos territórios indígenas do continente que seja capaz de revitalizar línguas de Abya Yala ameaçadas de extinção, junto com a sua memória coletiva e as suas culturas. Neste contexto, a atenção às escrituras que transgridem a continuidade entre território, língua e literatura está em constante aumento.
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