A construção discursiva de textos jornalísticos na abordagem do “panelaço” brasileiro e do “cacerolazo” argentino
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-9651.i21p1172-1203Palavras-chave:
Análise de Discurso, Manifestações, Cacerolazo argentino e panelaço brasileiro, Discurso jornalísticoResumo
Este artigo apresenta uma análise discursiva referente à abordagem jornalística de manifestações sociopolíticas conhecidas como “panelaço”, no Brasil, durante o governo de Dilma Rousseff em 2015 e “cacerolazo”, na Argentina, durante o governo de Cristina Kirchner em 2013. Tal análise de reportagens jornalísticas faz parte de nossa pesquisa de doutorado cujo titulo é “A perspectiva discursiva na formação de professores: análise de produções escritas de licenciandos de Letras Português/Espanhol sobre o cacerolazo argentino e o panelaço brasileiro”, que se encontra atualmente em desenvolvimento. Adotando a Análise de Discurso de linha francesa (Pêcheux, Foucault) como arcabouço teórico-metodológico entendemos que não há discurso neutro e/ou transparente e, desta forma, todo discurso é um ato político. No que tange à análise jornalística, exibimos duas reportagens: uma de um periódico argentino (Clarin) e uma de um brasileiro (Folha de São Paulo), observando de que maneira as estratégias de seleção e argumentação jornalisticas conduzem a determinados efeitos de sentidos. Para tanto, nos apropriamos de variados conceitos estudados comumente em Análise de Discurso, tais como: condições de produção, formações discursivas, intradiscurso, interdiscurso e memória discursiva. Sendo assim, defendemos que a maneira que cada jornal recria as manifestações desvela suas inscrições sócio-históricas, bem como seus posicionamentos ideológicos, emergindo assim diversas e contraditórias formações discursivas (Foucault, 2014 [1969]; Serrani, 1997) que conduzem os leitores a determinados efeitos de sentidos.
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