Entre o luto e as memórias: a escrita emblemática de Carmen Perilli, em Improlijas memorias
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-9651.i26p468-493Palavras-chave:
Pósditadura argentina, Memória emblemática, Escrita de si, Improlijas memorias, Cartonería argentinaResumo
Este artigo destaca uma das recentes produções cartoneras. Trata-se de Improlijas memorias, romance de estreia da pesquisadora argentina Carmen Perilli, que abarca desde a última ditadura argentina (1976-1983) até os recentes inquéritos contra os algozes daquele tempo. A memória é a peça-chave para denunciar o ambiente opressor vivido e o consequente estado de medo e de incerteza da população. A narrativa apresenta fatos e documentos judiciais sobre os mortos e desaparecidos, assim como se deixa levar pelas lembranças, através das quais mostra os impactos da “guerra sucia” sobre a própria autora. A par disso, Carmen Perilli constrói uma narrativa fragmentada, híbrida e particular. Defende-se, neste artigo, que a construção dessa escrita contribui para a elaboração de uma memória emblemática sobre os eventos traumáticos, assim como o modo de produção do texto, a cartonería, potencializa uma voz de resistência contra o autoritarismo de qualquer ordem.
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