Um olhar sobre a tradição e o moderno nas Orquestras de Violeiros

Autores

  • Luiz Antonio Barbosa Guerra Marques Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-7117.rt.2016.120516

Palavras-chave:

Tradição, Viola Caipira, Orquestra de Violeiros

Resumo

Em meio ao recente movimento cultural da viola caipira, destacam-se as Orquestras de Violeiros. Desde a criação pioneira da Orquestra de Violeiros de Osasco, em 1967, dezenas de agrupações musicais semelhantes surgiram e se espalharam pela região centrosul do Brasil. Trata-se de uma formação musical composta por vários violeiros, com repertório constituído majoritariamente pelo conhecido cancioneiro caipira. Participam das Orquestras instrumentistas de diferentes faixas etárias, escolaridade, sexo, formação musical, origens e contextos sociais, reunidos em torno da cultura e valores caipiras, com o objetivo de manutenção da tradição, aprendizado do instrumento e transmissão de técnicas de viola. As Orquestras têm sido guardiãs do repertório e da tradição da viola, contribuindo para a sobrevivência da música sertaneja raiz à margem da indústria fonográfica. Por outro lado, elas trazem consigo inovações na linguagem musical do repertório caipira, através de novos arranjos instrumentais orquestrados. Conclui-se que as Orquestras engendram uma forma muito particular de sociabilidade, onde se encontram a tradição e o moderno, o rural e o urbano. Constituem-se, ao mesmo tempo, em espaços de renovação do instrumento e preservação da memória e valores da cultura rural. Representam, enfim, uma síntese das transformações recentes da viola caipira. Tendo em vista a enorme quantidade de violeiros que hoje participam das Orquestras, torna-se essencial um mapeamento e investigação aprofundada sobre esse fenômeno. Este trabalho apresenta um panorama dessas agrupações musicais no Brasil e reflexões que sirvam de base para uma pesquisa que vise à compreensão dos aspectos sociais e musicológicos das Orquestras.

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Biografia do Autor

  • Luiz Antonio Barbosa Guerra Marques, Universidade de Brasília
    Possui graduação em música pela Universidade Federal de São João Del-Rei (2010) e especialização em música popular pela Universidade da música popular de Barbacena, a Bituca (2014), onde estudou harmonia, criação musical, arranjo e método Kodaly. É sócio/ proprietário e professor da Sonora Escola de Música de São João Del-Rei, onde ministra aulas de viola caipira, violão, teoria e prática em conjunto. Desde 2012 dirige o Pingo D´Água, grupo formado por violeiros que realiza apresentações e pesquisa relacionadas à música caipira. Como instrumentista, entre outros trabalhos, destaca-se o quarteto de música instrumental Santa Morena.

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Publicado

2016-06-16

Edição

Seção

Comunicação

Como Citar

Um olhar sobre a tradição e o moderno nas Orquestras de Violeiros. (2016). Revista Da Tulha, 2(1), 77-91. https://doi.org/10.11606/issn.2447-7117.rt.2016.120516