Deixando os nossos cabelos em paz: negritude, escrevivência e pensamento feminista negro na poesia de Cristiane Sobral

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.208899

Palavras-chave:

Cristiane Sobral, negritude, escrevivência, feminismo negro, cabelo crespo

Resumo

Neste trabalho, empreenderemos análise da obra poética Só por hoje vou deixar o meu cabelo em paz, da escritora afro-brasileira Cristiane Sobral. A partir de poemas e excertos que integram o livro, estabeleceremos diálogos entre os textos e o movimento-conceito da negritude. Discorreremos acerca do papel do cabelo crespo como ícone identitário, e sobre como o exercício literário pode funcionar para a ressignificação desse elemento. Situaremos a obra de Cristiane Sobral como prática de escrevivência, nos termos propostos por Evaristo (2020). Por fim, inscreveremos Só por hoje vou deixar o meu cabelo em paz no escopo do pensamento feminista negro.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Shaianna da Costa Araújo, Universidade Estadual do Piauí

    Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Federal do Piauí (2013). Pós-graduada em Comunicação Organizacional pela Universidade Estácio de Sá (2016). Mestra em Letras, na linha de pesquisa Literatura, Historiografia e Memória Cultural, pela Universidade Estadual do Piauí (2021). Servidora do Ministério Público do Estado do Piauí. 

  • Algemira de Macêdo Mendes, Universidade Estadual do Piauí

    Possui graduação em Licenciatura Plena em Letras pela Universidade Estadual do Piauí (1993), Mestrado em Teoria Literária pela Universidade Federal de Pernambuco (2002), Bolsista de Produtividade do CNPQ-2 - Doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(2006) com estágio de doutorado sanduíche em Coimbra-PT(2005). Realizou estágio de Pós-Doutorado, (CAPES) na Universidade de Lisboa em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa . Professora Associada IV - da Universidade Estadual do Piauí- Professora Emérita da Universidade Estadual do Maranhão . Atua no PPGL das duas IES . Coordena o Núcleo de Estudos Literários Piauienses -NELIPI,NELG e Membro do Comitê Institucional de Pesquisa da UESPI, Conselho Editorial das revistas Pesquisa em Foco (UEMA) e Letras em Revista/UESPI ,Membro do conselho editorial da EDUESPI .Membro do CLEPUL-Universidade de Lisboa. Bolsita de produtividade da UEMA.PTem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Feminina, História da Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura brasileira, Literatura Piauiense, Literatura de autoria feminina , Literatura Africanas e Africanas de Língua Portuguesa e Historia da Literatura

Referências

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

COLLINS, Patricia Hill. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Soc. estado. [online]. 2016, vol.31, n.1, pp.99-127. ISSN 0102-6992. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/se/v31n1/0102-6992-se-31-01-00099.pdf>. Acesso em 12 mar. 2021.

EVARISTO, Conceição. A escrevivência e seus subtextos. In: DUARTE, Constância Lima; NUNES, Isabella Rosado (org.). Escrevivência: a escrita de nós. Rio de Janeiro: Mina Comunicação e Arte, 2020.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.

GOMES, Nilma Lino. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

HOOKS, bell. Alisando o nosso cabelo. Geledés – Instituto da Mulher Negra, São Paulo, 10 jun. 2014. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/alisando-o-nosso-cabelo-por-bell-hooks/>. Acesso em 10 mar. 2021.

HOOKS, bell. Teoria feminista: da margem ao centro. São Paulo: Perspectiva, 2019.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. 4 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

RIBEIRO, Djamila. Lugar de fala. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

ROEDEL, Hiran. Do mito de Cam ao racismo estrutural: uma pequena contribuição ao debate: In: Projeto AFRO-PORT – Afrodescendência em Portugal, No.02, 01-19, 2020. Disponível em: <https://cesa.rc.iseg.ulisboa.pt/afroport/wp-content/uploads/2020/07/ROEDEL-H-Do-Mito-de-Cam-ao-Racismo.pdf>. Acesso em 13 mar. 2021.

SOBRAL, Cristiane. Só por hoje vou deixar o meu cabelo em paz. Brasília: Cristiane Sobral, 2016.

SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro. LeBooks Editora, 2019. (recurso digital).

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

Downloads

Publicado

2025-05-22

Edição

Seção

Dossiê 45: As Literaturas de autoria afrodescendente no Brasil e em Portugal

Como Citar

ARAÚJO, Shaianna da Costa; MENDES, Algemira de Macêdo. Deixando os nossos cabelos em paz: negritude, escrevivência e pensamento feminista negro na poesia de Cristiane Sobral. Via Atlântica, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 112–145, 2025. DOI: 10.11606/va.v26.n1.2025.208899. Disponível em: https://revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/208899.. Acesso em: 15 nov. 2025.